Países reforçam apoio à Ucrânia que ascende aos 21.000 milhões de euros

Os países que apoiam a Ucrânia na defesa do território ocupado por tropas russas comprometeram-se hoje com mais 21.000 milhões de euros para apoiar o país, durante uma reunião do Grupo de Contacto.

© Facebook de Volodymyr Zelensky

O valor total de 21.000 milhões de euros foi anunciado pelo Reino Unido no final de uma reunião, em Bruxelas, com mais de 50 países participantes, incluindo Portugal.

No que diz respeito aos anúncios individuais, Londres foi um dos países que anunciou novos apoios.

“Quero anunciar aqui hoje mais 350 milhões de libras [407 milhões de euros]”, disse o ministro da Defesa do Reino Unido, John Healey, em conferência de imprensa no quartel-general da Organização do Tratado do Atlântico Norte (NATO).

O apoio adicional, que faz parte de um pacote de 5,2 mil milhões de euros para este ano, incluiu “minas antitanque” e “milhares de ‘drones'” (veículos aéreos sem tripulação e pilotados remotamente), acrescentou o governante.

Já os 11.000 milhões de euros que o ministro da Defesa da Alemanha, Boris Pistorius, anunciou, na presença do ministro da Defesa ucraniano, Rustem Umerov, incluem quatro sistemas de defesa antiaérea IRIS-T, 100.000 munições de artilharia (as mais utilizadas pela Ucrânia para tentar debelar a invasão russa) e 15 carros de combate Leopard 1A5.

Portugal também fez um anúncio perante o Grupo de Contacto para a Ucrânia, organismo com cerca de 50 países presidido pelo Reino Unido e Alemanha que se reúne para fazer uma atualização do apoio prestado e decidir o que mais pode ser feito para auxiliar Kiev.

Lisboa vai enviar viaturas blindadas M113, “lanchas rápidas” e helicópteros, apesar de o tipo “ainda não estar definido”, anunciou o secretário de Estado da Defesa Nacional, Álvaro Castelo Branco, parte de uma decisão de 221 milhões de euros, tomada em Conselho de Ministros de 27 de março.

Estes helicópteros são aeronaves de “que Portugal pode prescindir neste momento”.

À entrada para a reunião, a alta representante da União Europeia para a Política de Segurança, Kaja Kallas, pediu um reforço do apoio à Ucrânia, que já era uma das suas bandeiras enquanto primeira-ministra da Estónia e sobre o qual tem insistido desde que iniciou funções como representante da diplomacia europeia.

Também à chegada, o ministro da Defesa britânico pediu “ajuda militar urgente” que chegue o quanto antes à Ucrânia, numa altura “que é crítica” para o país que há mais de três anos está a tentar combater o avanço das tropas russas e expulsá-las dos territórios que ocuparam (Donetsk e Lugansk).

“Às nações que hoje não se comprometeram, peço que estudem essa possibilidade”, completou o governante britânico.

A reunião de hoje, acompanhada de anúncios de mais apoio militar, é um “sinal para a Rússia” e também para a Ucrânia: “Estamos convosco na luta e estaremos convosco na paz”.

Em cima da mesa está a eventual criação de uma força especial que possa vir a patrulhar as fronteiras ucranianas para dissuadir uma nova invasão, mas os países ainda não definiram pormenores e continuam à espera de conhecer a posição dos Estados Unidos sobre esta proposta.

Últimas de Política Internacional

Um tribunal russo condenou hoje um jovem com paralisia cerebral a 12 anos de prisão por alta traição por ter enviado 3.000 rublos (cerca de 33 euros) a um ucraniano, noticiou a plataforma independente Mediazona.
O ministro da Justiça francês lamentou hoje que as penas impostas a alguns dos detidos pelos graves distúrbios em Paris após a conquista do PSG da Liga dos Campeões "já não sejam proporcionais à violência” que o país vive.
A polícia húngara anunciou esta terça-feira (3 de junho) que proibiu a organização da “Marcha do Orgulho”, prevista para 28 de junho, na sequência da polémica lei que proíbe as manifestações LGBT+ com o argumento da proteção dos menores.
O parlamento da Polónia vai votar uma moção de confiança ao Governo no dia 11 de junho, após a vitória do candidato nacionalista da oposição, Karol Nawrocki, nas eleições presidenciais, anunciou hoje o primeiro-ministro polaco, Donald Tusk.
O primeiro-ministro dos Países Baixos, Dick Schoof, anunciou esta terça-feira a queda de todo o Governo, após a demissão dos cinco ministros ligados ao partido PVV, de Geert Wilders.
O líder do partido PVV dos Países Baixos, Geert Wilders, retirou hoje o partido da coligação governamental, devido a um desacordo sobre a imigração, abrindo caminho para eleições antecipadas.
O conservador Karol Nawrocki venceu a segunda volta das presidenciais de domingo na Polónia, com 50,89% dos votos, contra 49,11% do rival, o liberal Rafal Trzaskowski, após o escrutínio da totalidade dos votos, anunciou Comissão Eleitoral Nacional.
Os dois candidatos da segunda volta das eleições presidenciais na Polónia, hoje realizada, estão empatados, segundo uma sondagem à boca das urnas, que não permite antecipar um vencedor.
A China denunciou hoje como inaceitável o paralelo que o Presidente francês, Emmanuel Macron, estabeleceu entre a situação na Ucrânia e em Taiwan, ilha que o Ocidente receia que seja invadida por Pequim.
O secretário da Defesa norte-americano, Pete Hegseth, disse hoje, em Singapura, que os Estados Unidos "não procuram um conflito com a China", mas que não serão expulsos de "região crucial do Indo-Pacífico".