Álvaro Sobrinho contesta comparência em julgamento do processo BESA com visto de curta duração

Álvaro Sobrinho, arguido no processo BESA, contesta a validade por apenas 90 dias do visto concedido para comparecer em Portugal ao julgamento que tem sessões agendadas até ao final do ano e requereu o acompanhamento por videoconferência.

© LUSA/Tiago Petinga

Em requerimento da defesa, inicialmente noticiado pela SIC e a que a Lusa também teve acesso, Álvaro Sobrinho, que viu o passaporte português retirado por perda de nacionalidade, expõe que o visto, que agora se torna necessário para entrar no país e que foi concedido pelo consulado de Portugal em Luanda, Angola, tem a duração de apenas 90 dias, insuficiente para garantir a sua presença em todas as sessões do julgamento do caso BES Angola (BESA), com agendamento, para já, de 45 sessões até ao final do ano.

A defesa argumenta perante o tribunal ser responsabilidade do Estado português garantir as condições para que o arguido possa estar presente, sendo que essa presença é uma obrigação legal a que Álvaro Sobrinho está sujeito, pelo que se aponta uma posição contraditória do Estado português.

Álvaro Sobrinho recusa estar presente com base no visto emitido, considerando que essa aceitação podia “prejudicar seriamente” a sua defesa, tendo pedido ao consulado português em Luanda a revisão do visto.

Apesar do visto emitido, a defesa argumenta que Álvaro Sobrinho está “impedido de entrar em território português para estar presente fisicamente nas audiências de julgamento”.

“(…) Não querendo atrasar os trabalhos já devidamente agendados, requer-se que seja permitido ao Arguido acompanhar as audiências de julgamento à distância, designadamente, por webex ou outra forma similar que o Tribunal entenda como mais conveniente”, conclui o requerimento entregue ao Tribunal Central Criminal de Lisboa.

Na sexta-feira foi conhecido que outro dos principais arguidos no processo, o ex-banqueiro do Banco Espírito Santo (BES) e líder do Grupo Espírito Santo (GES) foi autorizado pelo tribunal a não comparecer às sessões de julgamento, devido ao diagnóstico de Alzheimer.

No caso BESA, que começa a ser julgado no Campus de Justiça, em Lisboa, na segunda-feira, Ricardo Salgado e o ex-presidente da sucursal angolana do banco, Álvaro Sobrinho, estão acusados de abuso de confiança, burla e branqueamento.

Em causa está, nomeadamente, o alegado desvio, entre 2007 e 2012, de fundos de um financiamento do BES ao BES Angola em linhas de crédito de Mercado Monetário Interbancário (MMI) e em descoberto bancário.

Álvaro Sobrinho, de 62 anos, está acusado pelo Ministério Público de 18 crimes de abuso de confiança agravado e cinco de branqueamento, enquanto Ricardo Salgado, de 80 anos, está acusado de cinco crimes de abuso de confiança e um de burla qualificada.

O BES faliu no verão de 2014, enquanto o BES Angola foi liquidado em outubro do mesmo ano.

Últimas do País

Uma jovem estudante alemã, de 17 anos, que se encontra em viagem de estudo a Portugal, fez esta madrugada queixa à PSP sobre uma alegada violação num bar no Bairro Alto, em Lisboa, disse fonte policial à Lusa.
Um homem morreu na sexta-feira à noite em Rio de Mouro, no concelho de Sintra, depois de ter sido esfaqueado nas costas, disse à Lusa fonte da Direção Nacional da PSP.
Nos primeiros quatro meses de 2025 foram vendidas mais de 111 mil embalagens de medicamentos para tratamento da obesidade, quase tanto como em todo o ano de 2024, revelam dados avançados hoje à Lusa.
O presidente do Instituto Nacional de Estatística (INE), António Rua, alertou hoje para a necessidade de reforçar o quadro de pessoal daquele organismo, atualmente 20% abaixo do previsto, de forma a “prevenir ruturas” na atividade da instituição.
A PSP desmantelou uma rede de tráfico de droga que operava na cidade de Beja, numa operação em que foram detidos 11 suspeitos e foi apreendida “uma significativa quantidade” de haxixe, cocaína e armas, foi hoje anunciado.
Portugal continental e os arquipélagos da Madeira e Açores estão hoje e no fim de semana em risco muito elevado e elevado de exposição à radiação ultravioleta (UV), segundo o Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA).
Mais de 1.480 doentes oncológicos a aguardar cirurgia já tinham ultrapassado no final de março o Tempo Máximo de Resposta Garantido (TMRG), segundo os dados fornecidos ao grupo de trabalho que acompanha o plano de emergência da saúde.
As atividades de apoio à família, promovidas para acompanhar as crianças fora dos períodos letivos, não podem ser alargadas para substituir as aulas em dias de greve, segundo uma posição da Inspeção-Geral da Educação e Ciência (IGEC).
O número de apreensões de produtos contrafeitos apreendidos em Portugal, em 2024, aumentou 398% face ao ano anterior e é o valor mais elevado desde 2016, revela o relatório do Grupo Anti Contrafação (GAC).
A PSP apreendeu cautelarmente 353 passaportes genuínos da Guiné-Bissau transportados por um cidadão guineense intercetado no aeroporto de Lisboa, que disse ter sido incumbido de entregar a documentação em Bruxelas por um Alto Comissariado do país lusófono.