Ex-presidente da Coreia do Sul formalmente acusado de abuso de poder

O ex-presidente da Coreia do Sul, Yoon Suk Yeol, foi acusado hoje de abuso de poder, pela tentativa falhada de impor a lei marcial naquele país asiático em dezembro do ano passado.

© D.R.

De acordo com a Agência France Presse, a procuradora Park Ji-young revelou hoje, em declarações à imprensa em Seul, que o Ministério Público “acusou o antigo Presidente Yoon Suk Yeol de abuso de poder e de obstrução ao exercício de funções oficiais especiais”.

O MP considera que o antigo Presidente não cumpriu os procedimentos necessários para declarar a lei marcial, nomeadamente a organização de uma reunião formal do Conselho de Ministros.

O antigo governante é também acusado de ter “redigido e deitado fora um documento falso indicando que o primeiro-ministro e o ministro da Defesa tinham aprovado a lei marcial”.

Em janeiro, Yoon já tinha sido acusado pelo MP de ser o mentor de uma tentativa de rebelião, descrevendo a tomada de poder como uma tentativa ilegal de se apoderar da legislatura e dos gabinetes eleitorais e de deter opositores políticos.

As acusações são puníveis com pena de morte ou prisão perpétua.

Yoon é igualmente acusado de aplicar a lei marcial sem seguir os procedimentos legais exigidos e de mobilizar ilegalmente as forças de segurança presidenciais como um exército privado para bloquear uma primeira tentativa das forças da ordem de o deterem na residência no início de janeiro.

O rival liberal, Lee Jae-myung, que venceu as eleições antecipadas de junho para o substituir, aprovou no mês passado uma lei que prevê o lançamento de investigações especiais sobre o fracasso da lei marcial de Yoon e outras alegações criminais que envolvem também a mulher e a administração.

Yoon Suk Yeol mergulhou a Coreia do Sul numa crise política quando tentou derrubar o regime em 03 de dezembro do ano passado, enviando soldados armados ao parlamento para impedir que os representantes eleitos votassem contra a sua declaração de lei marcial.

O antigo presidente, que foi deposto em abril, já tinha passado algum tempo detido entre janeiro e março, tornando-se no primeiro chefe de Estado em exercício a ser preso na história da Coreia do Sul. Na altura, acabou por ser libertado por razões processuais.

Em 10 de julho, foi novamente colocado em prisão preventiva por ordem de um juiz, por receio que o ex-dirigente pudesse destruir provas.

Yoon esteve em tribunal na sexta-feira, numa audiência para pedir a anulação da sua sentença. O tribunal rejeitou o pedido.

Últimas de Política Internacional

O Presidente dos Estados Unidos está "muito descontente" com as compras de petróleo russo por parte de países da União Europeia (UE), disse hoje o líder da Ucrânia.
A reunião em Pequim dos dirigentes chinês, Xi Jinping, russo, Vladimir Putin, e norte-coreano, Kim Jong-un, é um "desafio direto" à ordem internacional, declarou, esta quarta-feira, a chefe da diplomacia da UE.
O ministro das Finanças alemão, Lars Klingbeil, afirmou que os preços mais baixos da energia contribuem para garantir empregos na Alemanha, o que constitui a "máxima prioridade".
Marine Le Pen, líder do partido Rassemblement National (RN), pediu hoje ao presidente Emmanuel Macron para convocar eleições ultra-rápidas depois da previsível queda do Governo do primeiro-ministro François Bayrou.
O Governo britânico começou a contactar diretamente os estudantes estrangeiros para os informar de que vão ser expulsos do Reino Unido caso os vistos ultrapassem o prazo de validade, noticiou hoje a BBC.
O deputado brasileiro Eduardo Bolsonaro avisou hoje que prevê que o Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, imponha novas sanções contra o Brasil, caso o seu pai, Jair Bolsonaro, seja condenado de tentativa de golpe de Estado.
No último fim de semana, a Austrália assistiu a uma das maiores mobilizações populares dos últimos anos em defesa de políticas migratórias mais rigorosas. A “Marcha pela Austrália” reuniu milhares de cidadãos em várias cidades, incluindo Sidney, Melbourne e Adelaide, numa demonstração clara da crescente preocupação da população com os efeitos da imigração massiva sobre o país.
O primeiro-ministro de Espanha, Pedro Sánchez, voltou hoje a defender "um pacto de Estado face à emergência climática" após os incêndios deste verão e revelou que vai propor um trabalho conjunto para esse objetivo a Portugal e França.
A Comissão Europeia vai apresentar na reunião informal do Conselho Europeu, em 01 de outubro, em Copenhaga, o plano para reforçar a defesa e segurança dos países da UE, anunciou hoje a presidente.
O Ministério das Finanças da África do Sul prepara-se para baixar o nível a partir do qual considera que um contribuinte é milionário, com o objetivo de aumentar a receita fiscal no país africano mais industrializado.