De acordo com a Agência France Presse, a procuradora Park Ji-young revelou hoje, em declarações à imprensa em Seul, que o Ministério Público “acusou o antigo Presidente Yoon Suk Yeol de abuso de poder e de obstrução ao exercício de funções oficiais especiais”.
O MP considera que o antigo Presidente não cumpriu os procedimentos necessários para declarar a lei marcial, nomeadamente a organização de uma reunião formal do Conselho de Ministros.
O antigo governante é também acusado de ter “redigido e deitado fora um documento falso indicando que o primeiro-ministro e o ministro da Defesa tinham aprovado a lei marcial”.
Em janeiro, Yoon já tinha sido acusado pelo MP de ser o mentor de uma tentativa de rebelião, descrevendo a tomada de poder como uma tentativa ilegal de se apoderar da legislatura e dos gabinetes eleitorais e de deter opositores políticos.
As acusações são puníveis com pena de morte ou prisão perpétua.
Yoon é igualmente acusado de aplicar a lei marcial sem seguir os procedimentos legais exigidos e de mobilizar ilegalmente as forças de segurança presidenciais como um exército privado para bloquear uma primeira tentativa das forças da ordem de o deterem na residência no início de janeiro.
O rival liberal, Lee Jae-myung, que venceu as eleições antecipadas de junho para o substituir, aprovou no mês passado uma lei que prevê o lançamento de investigações especiais sobre o fracasso da lei marcial de Yoon e outras alegações criminais que envolvem também a mulher e a administração.
Yoon Suk Yeol mergulhou a Coreia do Sul numa crise política quando tentou derrubar o regime em 03 de dezembro do ano passado, enviando soldados armados ao parlamento para impedir que os representantes eleitos votassem contra a sua declaração de lei marcial.
O antigo presidente, que foi deposto em abril, já tinha passado algum tempo detido entre janeiro e março, tornando-se no primeiro chefe de Estado em exercício a ser preso na história da Coreia do Sul. Na altura, acabou por ser libertado por razões processuais.
Em 10 de julho, foi novamente colocado em prisão preventiva por ordem de um juiz, por receio que o ex-dirigente pudesse destruir provas.
Yoon esteve em tribunal na sexta-feira, numa audiência para pedir a anulação da sua sentença. O tribunal rejeitou o pedido.