De acordo com os dados mais recentes do Instituto Nacional de Estatística (INE), entre 2022 e 2024, quase cem mil portugueses emigraram permanentemente: o equivalente a cerca de 1% da população nacional.
A maioria dos que fazem as malas são homens (22 821), quase o dobro do número de mulheres (11 095) que também deixaram o país em 2024. Esta tendência contrasta com os números registados em 2021, quando as restrições à mobilidade impostas pela pandemia travaram a saída de cidadãos.
Em 2020 emigraram 25 986 pessoas, número que desceu para 25 079 em 2021. Com o levantamento das restrições sanitárias, o fluxo voltou a crescer, num fenómeno que alguns já comparam ao ‘regresso da mala de cartão’, evocando a grande vaga migratória dos anos 70, embora agora o perfil seja bem diferente.
Ao contrário de gerações anteriores, a nova emigração portuguesa é composta maioritariamente por jovens qualificados. Segundo o INE, 42,3% dos emigrantes permanentes têm diploma universitário e 34,2% completaram o ensino secundário. Por faixa etária, destaca-se a saída de jovens entre os 25 e os 29 anos (7 650) e entre os 20 e os 24 anos (6 923).
Esta realidade confirma uma tendência que já preocupa economistas e sociólogos: a fuga de talentos em busca de salários mais altos e de melhores perspetivas de futuro, num contexto em que o país continua a enfrentar desafios na retenção de mão-de-obra qualificada.