“Coimbra tem de voltar a ser uma cidade com futuro”

Maria Lencastre Portugal, cabeça de lista do CHEGA à Câmara Municipal de Coimbra, defende uma cidade mais segura, limpa, acessível e com oportunidades reais para jovens, famílias e idosos. Em entrevista exclusiva ao Folha Nacional, a candidata apresenta as suas propostas para devolver a alma a Coimbra e travar o declínio do concelho.

© Folha Nacional

Coimbra está a perder população e, sobretudo, os mais jovens. Como se explica este cenário?
Coimbra perdeu a alma que a definia. A outrora terceira cidade mais importante do país está hoje envelhecida, sem futuro para os jovens. Em menos de 20 anos, quase metade da população entre os 25 e os 29 anos emigrou do concelho. Isto é grave.
Os estudantes que vêm de todo o país para a Universidade de Coimbra ou para o Politécnico partem, depois de concluírem os estudos, para Lisboa, Porto ou para o estrangeiro.
A minha proposta é simples: ligar o ensino ao emprego de forma efetiva, com estágios remunerados e avaliados, que aproximem a universidade do mercado de trabalho.
Não podemos continuar a formar jovens para um futuro sem futuro na cidade onde estudaram. Defendo também vias profissionais de excelência, em regime dual, como na Alemanha. Educação com mérito, disciplina e rigor, sem ideologias nas escolas.

A habitação é hoje uma dor de cabeça para famílias e estudantes. Como mudar este cenário?
Atualmente, encontrar casa em Coimbra é impossível para quem aufere um salário médio. Há prédios devolutos na Baixa, edifícios degradados no centro histórico e famílias forçadas a viver na periferia porque não conseguem pagar as rendas exorbitantes no centro.
Isso tem de mudar. Queremos devolver a Baixa e a Alta de Coimbra às famílias e ao comércio local. Gostaria de voltar a ver estas zonas com a rotina normal das famílias.
Vamos criar fundos municipais de reabilitação, transformar imóveis devolutos em habitação a preços controlados e implementar regras rigorosas para o alojamento turístico.
É fundamental garantir mais residências estudantis com rendas justas e reguladas através da cooperação entre a Universidade e o Politécnico.
E não esquecemos os nossos idosos: Coimbra deve cuidar dos seus, assegurando habitação condigna e apoio a quem mais precisa.

A mobilidade continua a ser um pesadelo para quem vive em Coimbra. Qual é a sua visão?
Os transportes públicos estão ultrapassados. Existem carreiras que não servem freguesias como Antanhol, Souselas ou Brasfemes, e os horários não se adequam a quem trabalha por turnos. Além disso, os autocarros são velhos e avariam com frequência.
O CHEGA defende a reestruturação dos SMTUC e o aproveitamento do Metro Mondego para reforçar ligações entre freguesias e o centro da cidade.
Vamos apostar em ciclovias seguras, parques de estacionamento periféricos gratuitos, sobretudo junto aos hospitais, e tornar Coimbra acessível a quem tem mobilidade reduzida.
Passeios em mau estado, falta de rampas e transportes sem acessibilidades dificultam o dia-a-dia de muitos. É vergonhoso. Coimbra tem de ser uma cidade moderna, limpa e acessível a todos.

A segurança é uma bandeira do CHEGA. Coimbra está insegura?
Infelizmente, sim. Quem anda à noite pela Baixa sabe que há ruas mal iluminadas e zonas degradadas onde os cidadãos sentem medo. O encerramento do posto da GNR em Taveiro e a ausência de esquadras em zonas populosas são falhas graves.
Vou lutar para reforçar os meios da PSP, reabrir o posto de Taveiro, criar esquadras na margem esquerda e em Souselas, e tornar a Polícia Municipal mais presente e preventiva.
Vamos instalar câmaras de videovigilância em pontos críticos e proteger especialmente os mais vulneráveis, como os nossos idosos. Coimbra será uma cidade segura, com ordem e respeito pela autoridade.

A economia de Coimbra parece estagnada. O que propõe para criar emprego e dinamismo?
Coimbra não pode continuar a viver apenas da universidade e da saúde.
Temos de atrair investimento, gerar emprego diversificado e valorizar o comércio tradicional. O concelho tem potencial na biotecnologia, engenharia, agroindústria e turismo cultural.
Apostaremos em clusters estratégicos, parques tecnológicos e na ligação entre investigação e produção.
Queremos libertar quem trabalha da burocracia e apoiar quem cria emprego. Basta de empresas que vivem de subsídios sem contribuir para a sociedade.
E também é fundamental valorizar os mais velhos, com programas de envelhecimento ativo e envolvimento na vida comunitária.

Muitos cidadãos queixam-se da falta de limpeza e da degradação do espaço público. O que vai fazer?
É uma vergonha. Coimbra está suja, malcuidada e abandonada. Basta ir ao Parque Verde ou à zona ribeirinha para ver lixo, ervas altas e edifícios em ruínas. Ruas por varrer, jardins ao abandono e o Mondego sem um plano de gestão integrado.
A nossa primeira medida será assegurar uma limpeza regular: das ruas, das drenagens e do próprio rio. Queremos devolver o orgulho às zonas de lazer, criar uma piscina fluvial na margem esquerda e reabilitar parques infantis.
É necessário que existam parques com sombras. O atual executivo tem um problema grave com árvores: alegadamente não gosta delas e corta-as indiscriminadamente, agravando o calor urbano.
Estes espaços devem ser vividos. Defendemos a instalação de equipamentos desportivos ao ar livre e a promoção de atividades para todas as idades. O desporto é uma ferramenta de integração e saúde. Coimbra merece espaços públicos limpos, seguros e dinâmicos.

E quanto à cultura, património e identidade da cidade?
Coimbra não pode ser usada como palco para agendas ideológicas. Somos património mundial, somos história, somos tradição.
Temos de preservar monumentos como o Convento de Santa Clara-a-Velha, apoiar museus, reabrir espaços culturais e criar museus que contem a história mais recente da cidade.
Devemos promover o Fado de Coimbra, valorizar os nossos escritores e artistas, e apoiar as associações locais que preservam as nossas tradições.
É também essencial que os idosos, guardiões da memória coletiva, tenham um papel ativo nesta estratégia cultural.

 

Últimas Entrevistas

Alberto Moura é a aposta do CHEGA para as eleições autárquicas de 2025 em Vila Real. O candidato quer travar a perda de população e traça um plano ambicioso para levar o concelho dos atuais 50 mil para 75 mil habitantes até 2050. Propõe soluções concretas para a habitação, mobilidade e revitalização do centro histórico, critica o desperdício de fundos públicos em projetos inúteis e defende uma gestão transparente, moderna e ao serviço das pessoas.
Ruben Miguéis é o candidato do CHEGA à Câmara Municipal de Évora, cidade onde vive desde os três anos. Licenciado em Engenharia Zootécnica, divide a sua atividade entre o sector agrícola e o ramo imobiliário. Fala-nos das razões que o levaram a entrar na vida política, da importância estratégica da agricultura para o desenvolvimento do Alentejo, da sua visão crítica sobre a Capital Europeia da Cultura 2027, bem como das suas propostas para melhorar o acesso à habitação e aproximar os cidadãos da política local.
Maria Lencastre Portugal, cabeça de lista do CHEGA à Câmara Municipal de Coimbra, defende uma cidade mais segura, limpa, acessível e com oportunidades reais para jovens, famílias e idosos. Em entrevista exclusiva ao Folha Nacional, a candidata apresenta as suas propostas para devolver a alma a Coimbra e travar o declínio do concelho.
Miguel Corte-Real é a aposta do CHEGA para as eleições autárquicas de 2025 na cidade do Porto. O candidato destaca Campanhã como um território de oportunidades e crescimento, e aborda temas como segurança e imigração sem rodeios. Aponta ainda o mau uso de dinheiros públicos, dando como exemplo a empresa municipal de cultura, onde dois candidatos da lista PSD/CDS empregam 25 assessores de comunicação.
David Catita é a aposta do CHEGA para candidato às eleições autárquicas em Beja. Com 48 anos, natural e residente na cidade, é licenciado em Ciências do Ambiente e exerce funções técnicas na EDIA. Já presidiu à Associação Portuguesa de Criadores de Bovinos Limousine e atualmente lidera a Associação Portuguesa de Criadores de Ovinos Suffolk, bem como o Clube de Caçadores de Santo Humberto. No passado integrou o Real Grupo de Forcados Amadores de Moura. A sua candidatura nasce da intenção de “contribuir de forma construtiva para o aproveitamento do vasto potencial do concelho de Beja, criando condições para que
João Ribeiro, de 37 anos e natural de Castelo Branco, é candidato à presidência da Câmara Municipal pelo CHEGA. Numa entrevista exclusiva, o político detalha os problemas do concelho, apresenta soluções e revela a sua visão para o futuro da cidade e das aldeias do distrito.
O Presidente da República português lamentou hoje a morte do antigo chefe de Estado da Alemanha Horst Köhler, lembrando-o pela sua “dedicação à causa pública” e pela “promoção de uma parceria justa com África”.
Licenciado em Engenharia Zootécnica, Luís Mira é Secretário-Geral da Confederação dos Agricultores de Portugal (CAP) desde 1999 e Membro do Conselho Económico e Social (CES). É ainda Membro do Conselho Económico e Social Europeu (CESE), desde 2006.
A esquerda acha-se no direito de lutar por quaisquer meios (…) o que significa que o terrorismo de esquerda se torna aceitável.
osé Bourdain nasceu em Lisboa em 1971. É licenciado em Gestão de Recursos Humanos e Mestre em Ciência Política. Iniciou a sua atividade profissional aos 16 anos no sector social/saúde/educação e fundou a Cercitop (cooperativa sem fins lucrativos) em 1998, onde é o Presidente do Conselho de Administração. Em 2013 criou a Tourism for All – Operador Turístico que trabalha o Turismo Para pessoas com deficiência e ajudou a fundar a Associação Nacional dos Cuidados Continuados em 2017, sendo o seu Presidente desde essa data.