Por ter “medo de represálias”, a comerciante pediu total anonimato, uma vez que tem uma “filha pequena” que frequenta a escola também naquela cidade da Margem Sul e teme represálias.
A conversa com o Folha Nacional decorreu numa manhã de quinta-feira. Àquela hora, explicou a mulher, esta “zona é calma”. Porém, “a partir das 12h00” tudo começa a mudar com imigrantes de origem indostânica a amontoarem-se em bicicletas e motos para “supostas entregas de comida”.
Segundo esta comerciante “não é só comida que eles entregam” pois já “foram vistos com barras de haxixe, inclusivamente a fumar”. Mas há mais, segundo nos contou.
“Existe uma loja de unhas [manicure] onde eles chegam vindos do aeroporto, trazem as malas de viagem com eles, e depois saem da loja já com as malas da Uber e da Glovo”, conta.
Com o negócio aberto naquela zona desde 1986 – primeiro foi dos sogros – esta comerciante lamenta “no que Almada se transformou”. “Se o meu avô fosse vivo e visse como está a cidade… morria de desgosto”, lamentou, atirando culpas ao executivo camarário, que é atualmente liderado pela socialista Inês de Medeiros.
O medo condiciona o quotidiano: “Fecho o meu negócio às 17h, porque não me sinto segura para permanecer até mais tarde. Grupos juntam-se à porta a consumir e a traficar droga, sem que ninguém intervenha.” A comerciante denuncia ainda a “hipocrisia política” da autarquia: “Quando são as festas do 25 de Abril, a Câmara garante que não há imigrantes indostânicos por perto. Mal terminam as festividades, eles voltam.”
Quando questionada sobre os seus colegas comerciantes, a mulher lamenta que “todos saibam, mas ninguém queira falar”, embora compreenda que “muitos têm medo”. Um “medo” que, garante, é sentido também pelos “velhotes” que só andam pela Praça João Batista durante a manhã.
Uma idosa que ali se encontrava confessou isso mesmo ao Folha Nacional, dizendo que aproveita as manhãs para sair, passando o resto do dia em casa.
Mas não é só a insegurança que preocupa esta comerciante, é também a perda dos valores da moralidade e da família, e exemplifica: “ali ao fundo, naquele canto, os jovens vão para lá fumar charros, ouvir música aos berros e olhe, até já foi vista uma miúda a ter relações sexuais com dois rapazes. Ali [aponta], à frente de quem quisesse ver”.
O “canto” a que se refere a comerciante fica junto a um restaurante com cuja responsável o Folha Nacional conversou, confirmando que, efetivamente, é um lugar muito procurado pelos mais novos. “Estão ali a fumar e a ouvir música. Às vezes temos de pedir que baixem o volume e eles acatam sem arranjar problemas”, adianta.
PROPOSTAS DO CHEGA PARA ALMADA
O CHEGA concorre às eleições autárquicas em todo o território nacional e o concelho de Almada não foi exceção, com listas apresentadas à Câmara Municipal, à Assembleia Municipal e a todas as Juntas de Freguesia.
No seu programa autárquico para Almada, o CHEGA defende a colocação de câmaras de videovigilância nos pontos mais problemáticos da cidade, exatamente para prevenir a criminalidade e combater o sentimento de insegurança dos cidadãos.
Aliás, o lema da candidatura local do CHEGA é “Almada Sem Medo” porque, explica ao Folha Nacional o cabeça-de-lista à Câmara, Carlos Magno, “os almadenses têm o direito a viver tranquilamente sem medo de serem assaltados ou agredidos”. “Temos de transformar Almada numa cidade segura, outra vez”, conclui.