“O atraso no atendimento telefónico por parte do CODU poderá ter tido uma influência significativa no desfecho final da vítima, após ter ocorrido uma situação de engasgamento”, refere a IGAS em comunicado sobre as conclusões do inquérito à morte de um homem de 84 anos a 02 de novembro de 2024, quando decorria uma greve do Instituto Nacional de Emergência Médica (INEM).
A IGAS encontrou também “indício disciplinar na atuação de um médico regulador do CODU do Porto”, explicando que este não agiu “de forma diligente e zelosa aquando do acionamento dos meios diferenciados de emergência médica, nomeadamente a Viatura Médica de Emergência e Reanimação” para o transporte entre as urgências de Mogadouro e o Hospital de Bragança.
No total, a IGAS já concluiu os 12 inquéritos relacionados com as mortes registadas durante a greve dos técnicos do INEM às horas extraordinárias, que arrancou em 30 de outubro e foi suspensa a 7 de novembro.
Das 12 investigações, a IGAS concluiu que três das mortes durante a greve foram associadas ao atraso no socorro.
A IGAS adianta que o eventual processo disciplinar ao médico cabe ao INEM, uma vez que o “profissional de saúde em causa detém um contrato individual de trabalho por tempo indeterminado”.