De acordo com o Governo britânico, entre janeiro e este mês, entraram no país 36.954 migrantes em barcos improvisados usados para atravessar o canal entre França e Reino Unido.
Estes números, no entanto, continuam abaixo dos registados em 2022, quando 45.774 migrantes desembarcaram em terras inglesas, o número mais elevado desde o início do fenómeno em 2018.
O governo trabalhista de Keir Starmer está a tentar, até agora sem sucesso, reduzir o número de migrantes que atravessam o Canal da Mancha nestes pequenos barcos.
Londres e Paris concluirão, em julho, um acordo baseado no princípio de “um por um”, através do qual França recebe migrantes que tenham chegado ao Reino Unido em “pequenos barcos” e cujos pedidos de asilo não sejam admissíveis e Londres recebe pessoas localizadas em França que se tenham candidatado a migrar através de uma plataforma ‘online’, dando prioridade às que têm ligações ao Reino Unido.
Desde a sua entrada em vigor, no início de agosto, 42 migrantes foram deportados para França e 23 pessoas foram recebidas no Reino Unido, segundo o Ministério do Interior.
Um dos migrantes que foi devolvido a França ao abrigo deste acordo fez novamente a travessia, chegando a Inglaterra há poucos dias.
Estas travessias perigosas causaram a morte de pelo menos 27 pessoas desde o início do ano, de acordo com dados oficiais.
Londres está a exortar Paris a modificar a sua política de intervenção para poder intercetar os táxis aquáticos até 300 metros da costa, e o Presidente francês, Emmanuel Macron, indicou, em julho, que o acordo franco-britânico deveria permitir “ações em todo o sistema marítimo”.