“A inflação na área do euro deverá continuar a descer, atingindo 2,1% em 2025 e estabilizando em torno de 2% ao longo do horizonte. Na UE, a inflação deverá permanecer ligeiramente mais elevada, recuando para 2,2% em 2027”, afirma o executivo comunitário nas previsões económicas de outono, hoje publicadas.
Depois de a zona euro ter enfrentado uma forte escalada da inflação, sobretudo devido ao aumento abrupto dos preços da energia e dos alimentos, após a guerra da Ucrânia, o executivo comunitário prevê agora que a inflação na área da moeda única abrande de 2,4% em 2024 para 2,1% em 2025, e depois permaneça globalmente estável em 1,9% em 2026 e 2,0% em 2027.
Na UE, prevê-se uma descida da inflação de 2,6% em 2024 para 2,5% em 2025, antes de diminuir para 2,1% em 2026 e atingir 2,2% em 2027.
Em paralelo com a redução das pressões nos serviços, a inflação subjacente (excluindo energia e alimentos) deverá recuar gradualmente para 2% até ao final de 2027, tanto na área do euro como na UE.
“Prevê-se que a inflação global na área do euro se mantenha próxima da meta de 2% do BCE ao longo do horizonte da previsão. Esta estabilidade global esconde tendências diferentes entre os vários componentes da inflação. A inflação nos serviços e nos preços dos produtos alimentares deverá enfraquecer gradualmente à medida que o crescimento salarial desacelera e as pressões internas na indústria alimentar diminuem”, observa a Comissão Europeia.
Pelo contrário, embora se espere que a inflação energética permaneça negativa em 2025 e 2026, a instituição espera que esta recupere gradualmente e se torne positiva em 2027, caso o novo Sistema de Comércio de Licenças de Emissão da UE entre em vigor, tal como atualmente legislado.
Já a inflação nos bens industriais não energéticos deverá manter-se baixa e estável ao longo do horizonte, “limitada pelo aumento da concorrência das importações e pela apreciação do euro”.
Desde o início da guerra na Ucrânia, causada pela invasão da Rússia em 2022, a zona euro enfrentou uma forte escalada da inflação.
Estes choques externos empurraram a inflação muito acima da meta de 2% definida pelo BCE para garantir a estabilidade dos preços, afetando o poder de compra das famílias e os custos das empresas.
Embora a inflação tenha começado a abrandar com a normalização dos mercados energéticos e a atuação da política monetária, ainda permanece acima dos níveis desejáveis, mantendo a estabilidade de preços como um desafio central para o BCE.
A Comissão Europeia atualiza hoje as suas previsões sobre o crescimento económico da zona euro e da UE, que à semelhança das anteriores continuam marcadas pela incerteza devido ao contexto mundial, apesar dos compromissos de Bruxelas e Washington para um entendimento comercial que permitiu sanar tensões.
As próximas previsões, as de primavera, serão divulgadas em maio de 2026.