Presidido pelo juiz Abdullah Al Mamun, um tribunal da capital bengali, Daca, reconheceu Hasina, de 78 anos, julgada à revelia, culpada de ter adquirido ilegalmente terrenos nos subúrbios da maior cidade do país.
“A conduta da primeira-ministra (…) revela uma inclinação persistente para a corrupção, alimentada por um sentimento de impunidade, poderes ilimitados e uma ganância manifesta pelos bens públicos”, denunciou o magistrado ao proferir a decisão.
O filho e a filha de Hasina foram condenados hoje, nos mesmos processos, a cinco anos de prisão.
No poder desde 2009, Sheikh Hasina foi condenada na semana passada à pena capital por ter ordenado às forças de segurança que abrissem fogo sobre os manifestantes que a desafiaram em julho e agosto de 2024.
A ex-primeira-ministra negou ter dado essa ordem e denunciou um julgamento “politicamente motivado” com um “veredicto pré-estabelecido”.
De acordo com a ONU, a repressão dos motins causou a morte de pelo menos 1.400 pessoas, na maioria civis.
Ameaçada pela multidão no palácio em Daca, Sheikh Hasina fugiu do país de helicóptero em 05 de agosto de 2024, encontrando refúgio na vizinha Índia.
Após a condenação à morte, o Bangladesh enviou um pedido de extradição a Nova Deli, que disse, na quarta-feira, que o mesmo estava “em análise”.
Hasina também é acusada no Bangladesh em outros três casos de corrupção, juntamente com a irmã Sheikh Rehana e os filhos desta, entre os quais a deputada britânica Tulip Siddiq.