CHEGA critica Lagarde e questiona Medina sobre aumento de juros

© Folha Nacional

O CHEGA criticou hoje as declarações da presidente do Banco Central Europeu (BCE) sobre o anunciado aumento das taxas de juro, e quer saber como é que o ministro das Finanças pretende contrariar esta política monetária.

“Nós temos um problema de inflação e isso tem que ser combatido, mas não é a sufocar as famílias e as empresas com estes juros que o vamos combater. Assim só vamos aumentar o ciclo de pobreza e, a jusante, o ciclo de deterioração económica”, defendeu o presidente do CHEGA, André Ventura, em declarações aos jornalistas no parlamento.

O partido quer saber “o que é que Fernando Medina vai fazer em Bruxelas para questionar e contrariar esta política monetária”, lamentando “profundamente” as declarações de Christine Lagarde na terça-feira, em que alertou que o processo inflacionista se está a tornar mais persistente e sinalizou que as taxas se deverão manter altas, descartando que num futuro próximo o banco central declare que a taxa máxima foi atingida.

Questionado sobre o facto de o ministro das Finanças ter dito hoje, numa audição no parlamento, que já transmitiu a Lagarde as apreensões sobre o impacto da subida das taxas de juro dado a estrutura de crédito existente em Portugal, Ventura não se mostrou satisfeito.

“Uma coisa é Fernando Medina dizer que transmitiu essa preocupação: ‘olhe há um problema em Portugal, temos taxas variáveis muito acentuadas no mercado’. Há outro problema, que é o que é que o Governo vai fazer sobre isso. Ou seja, há mecanismos, naturalmente de natureza plurilateral e diplomática que podem ser utilizados, se o ministro pensa fazer mão deles ou não: advertir formalmente o BCE, fazer algum pedido de esclarecimento formal, fazer uma proposta de alteração nas orientações, e queremos saber se isso vai ser feito”, detalhou.

Ventura acrescentou que os deputados do partido não ficaram esclarecidos com as declarações de Medina sobre o tema esta manhã na Comissão de Orçamento e Finanças (COF) e, por isso, enviaram “ao início da tarde um conjunto de questões”, nomeadamente, se o ministro concorda “com as medidas recentemente anunciadas por Christine Lagarde” e “o que pretende o Governo português fazer junto de Bruxelas, no sentido de alterar as orientações agora anunciadas”.

No documento, disponibilizado à imprensa, os deputados questionam ainda Medina sobre se o Governo “já expressou, junto de Bruxelas, os riscos que medidas como as agora anunciadas, podem comportar para a economia portuguesa” e “quais os mecanismos que o Governo, concretamente na pessoa do senhor Ministro das Finanças de Portugal, pretende utilizar para fazer valer os direitos dos portugueses junto do Banco Central Europeu e demais instituições europeias, acautelando o agudizar da crise neste âmbito em curso”.

Últimas de Economia

Os sindicatos que representam os trabalhadores da Altice disseram hoje que as rescisões na empresa já abrangeram cerca de 200 pessoas, segundo um comunicado hoje divulgado.
As transferências de clientes com contas bancárias em Portugal para instituições financeiras localizadas em paraísos fiscais aumentaram em 2024 para cerca de 8.000 milhões de euros, segundo dados publicados no Portal das Finanças.
O Serviço Nacional de Saúde (SNS) registou em 2024 um défice de cerca de 1.377 milhões de euros, representando uma deterioração de 741 milhões relativamente a 2023, anunciou hoje o Conselho das Finanças Públicas (CFP).
O reembolso do IRS totalizou 1.377,4 milhões de euros até maio, abaixo dos 2.020,6 milhões de euros reportados no mesmo período do ano passado, indicou a síntese de execução orçamental.
O Tribunal de Contas (TdC) anunciou hoje que concedeu o visto ao contrato do INEM para o transporte aéreo de emergência médica, no âmbito do concurso público que prevê a operação de quatro helicópteros pela empresa Gulf Med.
O valor do Adicional ao IMI totalizou 154,5 milhões de euros em 2024, um aumento de 5,68% face ao ano anterior, segundo dados da Autoridade Tributária.
A meia dúzia de ovos ficou mais cara quase 28% desde janeiro, atingindo os 2,06 euros no final de junho, segundo dados da Deco enviados à Lusa.
Os hóspedes e as dormidas no setor do alojamento turístico aumentaram 2,6% e 1,3% em maio, em termos homólogos, divulgou hoje o Instituto Nacional de Estatística (INE).
A taxa de inflação homóloga terá aumentado para 2,4% em junho, mais 0,1 pontos percentuais do que no mês anterior, segundo a estimativa rápida divulgada, esta segunda-feira, pelo Instituto Nacional de Estatística (INE).
Termina, esta segunda-feira o prazo para o pagamento do IMI por parte dos proprietários de imóveis numa prestação única caso o valor seja inferior a 100 euros ou da primeira prestação se o montante for superior.