O ministro da Defesa ucraniano, Oleksi Reznikov, apresentou hoje a demissão ao Parlamento, um dia depois de o Presidente Volodymyr Zelensky ter anunciado a sua substituição em plena guerra com a Rússia.
O próprio Reznikov anunciou a entrega da carta de demissão ao presidente do Parlamento, Ruslan Stefantchuk, numa declaração que divulgou nas redes sociais.
“Foi uma honra servir o povo ucraniano e trabalhar para o exército ucraniano durante os últimos 22 meses, o período mais difícil da história moderna da Ucrânia”, afirmou, segundo a agência francesa AFP.
Reznikov, 57 anos, no cargo desde novembro de 2021, tornou-se um dos rostos da guerra contra a invasão russa, viajando frequentemente para o estrangeiro para negociar ajudas militares dos aliados ocidentais de Kiev.
Zelensky anunciou no domingo à noite que Reznikov será substituído por Rustem Umerov, um proeminente líder da comunidade tártara da Crimeia, a península ucraniana anexada pela Rússia em 2014.
Umerov, 41 anos, representou Kiev em negociações sensíveis com Moscovo antes de ser nomeado responsável pelas privatizações no país.
O Parlamento ainda tem de aprovar a mudança na direção do importante Ministério da Defesa.
Zelensky prometeu intensificar a luta contra a corrupção, que é endémica na Ucrânia, nomeadamente em resposta às condições impostas pela União Europeia para manter o estatuto de Kiev como candidato à adesão.
Recentemente, vieram a público vários escândalos de corrupção no país, um dos quais envolve diretamente Reznikov, relativamente a um contrato de fornecimento de material militar assinado com uma empresa turca.
Umerov dirige o Fundo de Propriedade do Estado desde setembro de 2022, um cargo de grande visibilidade num país onde o processo de privatizações está eivado de corrupção, acrescentou a AFP.
A Ucrânia está em guerra com a Rússia, que invadiu o país vizinho em 24 de fevereiro de 2022.