O desemprego tem vindo a concentrar-se de forma alarmante nos concelhos industriais de Portugal. Setores chave como o vestuário, têxtil e couro têm sido particularmente afetados, resultando num aumento notável de desempregados em regiões outrora prósperas.
Na cidade da Covilhã, o impacto é ainda mais alarmante. Comparando agosto de 2023 com o mesmo mês no ano anterior, constata-se um aumento de 302 pessoas desempregadas inscritas no IEFP da Covilhã. Este número também representa famílias, e comunidades inteiras que se veem afetadas pela falta de oportunidades. As estatísticas que corroboram esta tendência revelam-se na média nacional de desempregados inscritos nos centros de emprego e formação profissional, que tem vindo a diminuir (cerca de 544479 inscritos nos Centros de Emprego no Continente em 2017), em agosto de 2023 foram registados no Continente cerca de 283103 desempregados (praticamente metade).
A Covilhã diverge.
O ano passado, em outubro de 2022, Vítor Pereira em sessão solene da Assembleia Municipal, comemorativa dos 152 anos da elevação da cidade, anunciou medidas para apoiar empresas no valor de 2,3 milhões de euros, o mesmo que garantiu em 2013, “garantir a sustentabilidade financeira do município”. A Covilhã enfrenta um desafio adicional ao não conseguir competir com as grandes cidades a nível económico e social. A falta de apoio estratégico por parte do município para captar parcerias internacionais contribui para a crise, há uma clara “quebra de procura por partes das marcas internacionais” e isso deve-se ao fraco envolvimento, desleixo, falta de conhecimento e preocupação que a equipa liderada por Vítor Pereira tem nesta matéria.
A cidade que um dia foi apelidada de “Manchester Portuguesa” devido ao seu papel proeminente na indústria têxtil, testemunhou um aumento substancial no número de desempregados em agosto de 2023 (1535) comparativamente com agosto de 2022 (1233). Que se passa Presidente Vítor Pereira?
A administração de Vítor Pereira que regula a “ordem de trabalhos” no IEFP da Covilhã vai dizer-nos que o número de desempregados inscritos no IEFP desceu a pique desde 2011. Mas não podemos contar com os cursos à noite pagos com o dinheiro dos contribuintes para promover empresas de manicure. Os mesmos cursos que existem para camuflar o problema do excesso de desemprego no concelho! Ou o aumento do n.o de empregos em regime de trabalho temporário. Não, Dr. Vítor Pereira!
E se precisar de mais números e estatísticas que demonstrem uma falta de preocupação sobre a competitividade do concelho, o Chega também reúne outras curiosidades: “PorData” indica que na Covilhã, a indústria transformadora, por exemplo, já perdeu 387 (individuo) do seu pessoal ao serviço no setor. Um setor que tanto já deu à cidade. O ganho médio mensal na nossa cidade também foi afetado: 988€. Menos 218€ comparando ao salário médio. O Município não consegue captar parcerias estratégicas, enaltecendo o que de bom se faz na cidade nomeadamente na área da indústria têxtil, com outros países mais industrializados.
As pessoas ligadas ao aparelho partidário do Partido Socialista que estão à frente IEFP da Covilhã deviam ter um sentido de urgência mais apurado já que o n.o de desempregados aumentou mais de 1/5 desde o último ano. Para que serve o IEFP?
A concentração do desemprego nos concelhos industriais de Portugal, particularmente na Covilhã, exige uma ação imediata e eficaz por parte dos governantes. Medidas para promover a inovação, diversificação e atração de investimento são cruciais para reverter esta tendência e revitalizar as economias locais. Temos uma UNIVERSIDADE DA BEIRA INTERIOR no concelho, classificada nas melhores 600 Universidades a nível mundial. Devíamos permitir que a nossa cidade histórica recupere o seu esplendor empreendedor, aposte no aumento das dinâmicas dos seus setores e aproveitar os jovens que são formados e formar um conjunto de políticas que visa à sua alocação nas empresas locais.
O que está a acontecer?
Está mais que na hora de mirar à prosperidade!