“Não há outro cenário possível que não seja a dissolução do parlamento e a convocação de eleições”, afirmou André Ventura, recusando a possibilidade de nomeação de um novo primeiro-ministro, sem eleições.
O presidente do CHEGA considerou que a nomeação de um novo primeiro-ministro que “não foi legitimado pelos portugueses” seria “uma fraude” e “uma grande traição” do Presidente da República “às suas palavras há dois anos”.
Ventura referia-se ao discurso de Marcelo Rebelo de Sousa na tomada de posse do atual Governo, na qual avisou que a eventual saída de António Costa do cargo de primeiro-ministro, que agora se verifica, levaria à dissolução do parlamento.
O líder do CHEGA falava aos jornalistas na Assembleia da República, numa reação à demissão do primeiro-ministro, António Costa, já aceite pelo Presidente da República.
André Ventura indicou que vai transmitir a Marcelo Rebelo de Sousa que as eleições legislativas antecipadas devem acontecer “o mais depressa possível”.
O presidente do CHEGA defendeu que o partido está “pronto para ser alternativa” e sustentou que a direita, apesar das divergências, tem “um dever” de se mostrar pronta para governar o país e garantir que “Portugal não vai ficar sem alternativa política”.
O líder do CHEGA saudou a demissão do primeiro-ministro, defendendo que “não existia margem para que António Costa continuasse a governar Portugal”.
O primeiro-ministro, António Costa, pediu hoje a sua demissão ao Presidente da República, que a aceitou, após o Ministério Público revelar que é alvo de investigação autónoma do Supremo Tribunal de Justiça sobre projetos de lítio e hidrogénio.
O Presidente convocou para quarta-feira os partidos para uma ronda de audiências no Palácio de Belém, em Lisboa, e vai reunir o Conselho de Estado na quinta-feira.
Numa declaração no Palácio de São Bento, António Costa recusou a prática “de qualquer ato ilícito ou censurável” e manifestou total disponibilidade para colaborar com a justiça “em tudo o que entenda necessário”.