De acordo com os resultados de um inquérito à utilização de tecnologias da informação e da comunicação nas famílias, divulgado esta terça-feira pelo Instituto Nacional de Estatística (INE), 56% da população portuguesa dos 16 aos 74 anos tem competências digitais ao nível básico (25,9%) ou acima de básico (30%), mais 0,7 pontos percentuais (pp) do que em 2021.
Depois do crescimento acentuado do comércio eletrónico durante a pandemia, em 2023, 43,9% dos inquiridos efetuaram encomendas pela internet nos três meses anteriores à entrevista, mais 1,2 pp que em 2022, mas abaixo dos aumentos em 2022 (2,3 pp), 2021 (5,2 pp) e 2020 (7 pp).
O comércio eletrónico em Portugal é também significativamente mais baixo do que a média da União Europeia (56,1% em 2022), sendo as mulheres e os que têm mais formação académica quem faz mais compras ‘online’.
Este ano, de acordo com o inquérito, 85,8% da população residente utilizou a internet nos três meses anteriores à entrevista e a taxa de utilizadores é superior a 98% para quem concluiu o ensino superior ou secundário.
Na internet, 92,2% dos utilizadores trocaram mensagens instantâneas (via WhatsApp, Messenger, etc.), 87,5% enviaram ou receberam e-mails, 85,3% fizeram pesquisas sobre produtos ou serviços, 82,4% telefonaram ou fizeram chamadas de vídeo, 79,7% leram notícias e 79,3% utilizaram em redes sociais.
De acordo com o inquérito, “mais de um terço (35,5%) dos utilizadores da internet encontraram conteúdos agressivos, discriminatórios ou humilhantes, principalmente ligados à nacionalidade, origem étnica ou racial (27,9%)”.
Cerca de 30% dos inquiridos usa autenticação digital com Cartão de Cidadão (CC) ou Chave Móvel Digital (CMD) para aceder a serviços online, refere o INE.
Segundo o inquérito, “88,3% das famílias têm acesso a TV por subscrição e 33,1% têm acesso à TDT [televisão digital terrestre] em casa”.
“O acesso à televisão por subscrição é mais frequente entre as famílias com crianças (95,1%) e nas famílias com maiores recursos (94,5%), ao contrário da TDT que predomina nas famílias sem crianças (33,5%) e nas famílias com menores recursos (39,3%)”, lê-se no inquérito.