Sem transferências sociais quase 4,4 milhões de pessoas em Portugal seriam pobres

Quase 4,4 milhões de pessoas em Portugal seriam pobres se não houvesse transferências sociais, revela hoje o Instituto Nacional de Estatísticas baseando-se em dados de 2022, ano em que a taxa de risco de pobreza aumentou para 17%.

© D.R.

Os dados constam do mais recente Inquérito às Condições de Vida e Rendimentos (ICOR), realizado em 2023, mas relativo aos rendimentos de 2022, e dão conta de um aumento da taxa de risco de pobreza de 0,6 pontos percentuais (p.p.) em comparação com 2021, o que significa mais 81 mil pessoas.

De acordo com o INE, “o contributo das transferências sociais para a redução da pobreza foi de 4,2 p.p. em 2022”.

“Considerando apenas os rendimentos do trabalho, de capital e transferências privadas, 41,8% da população residente em Portugal estaria em risco de pobreza em 2022”, o equivalente a 4.365.675 pessoas, refere o instituto.

Segundo o INE, os rendimentos provenientes de pensões de reforma e sobrevivência fizeram com que o risco de pobreza baixasse em 20,6 p.p., “resultando assim, numa taxa de risco de pobreza após pensões e antes de transferências sociais de 21,2%”.

“As transferências sociais, relacionadas com a doença e incapacidade, família, desemprego e inclusão social contribuíram para uma redução adicional do risco de pobreza de 4,2 p.p.”, ou seja, dos 21,2% após pensões, para 17% após transferências sociais.

No entanto, “este contributo [é] inferior ao registado nos anos anteriores”.

Por outro lado, aumentou para 25,6% (+ 3,9 p.p.) a taxa de intensidade da pobreza, referente à insuficiência de recursos por parte da população pobre.

De acordo com o INE, a sociedade tornou-se mais desigual em 2022, já que aumentaram os três principais indicadores de desigualdade na distribuição dos rendimentos, desde logo o coeficiente de Gini, que tem em conta toda a distribuição de rendimentos e reflete as diferenças de rendimentos entre todos os grupos populacionais e que subiu para 33,7%, mais 1,7 p.p. do que em 2021.

O instituo de estatística refere também que quase 5% da população estava numa situação de privação material severa, um valor que tem vindo a diminuir nos últimos cinco anos.

O INE explica que o conceito de privação material e social para a monitorização da pobreza e exclusão social vem com a estratégia Europa 2030 e que estes indicadores se baseiam “num conjunto de treze itens relacionados com as necessidades sociais e económicas e de bens duráveis das famílias”.

Enquanto os indicadores relativos à privação material estão focados na família e nas dificuldades económico-financeiras, os indicadores de privação material e social acrescentam aspetos relacionados com o bem-estar do indivíduo, com o lazer e a interação social.

É considerado que uma pessoa vive numa situação de privação material e social severa quando não consegue ter acesso a pelo menos sete dos treze itens devido a dificuldades económicas. A informação relativa a estes itens foi recolhida de abril a julho de 2023.

Segundo o INE, aumentou a proporção de pessoas que vivem em agregados sem capacidade financeira para substituir mobiliário usado (de 36,3% para 39,8% em 2023), que vivem em agregados sem capacidade para pagar uma semana de férias por anofora de casa (38,9% em 2023) ou não conseguem pagar uma despesa inesperada próxima do valor mensal da linha da pobreza (551 euros), sem recorrer a um empréstimo (30,5% em 2023).

Aumentou igualmente a proporção de pessoas (20,8% em 2023) que vivem em agregados que não conseguem manter a casa aquecida e que não podem encontrar-se com familiares ou amigos para uma bebida ou refeição, pelo menos uma vez por mês (7,7% em 2023).

Últimas do País

A Impresa confirmou hoje que estão em curso negociações com o grupo MFE, para venda de até 33% do capital, mas ainda não há acordo vinculativo, em comunicado enviado à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM).
Um assalto transformou a Avenida dos Aliados, no Porto, numa verdadeira cena de filme. Um homem de 31 anos fugia de populares após furtar uma loja quando, em pleno centro da cidade, ameaçou quem o perseguia com um extintor e chegou mesmo a atingir na cara um polícia.
Um jovem de 23 anos, procurado pelas autoridades europeias por homicídio qualificado, foi capturado pela PSP num posto de combustível da Amadora. Além de estar em situação ilegal em Portugal, o suspeito transportava 22 doses de haxixe e 565 euros em dinheiro.
A E-Redes tinha cerca de nove mil clientes sem eletricidade às 14:30 de hoje, devido ao mau tempo, segundo um novo balanço da operadora da rede de distribuição elétrica.
Os limites legais de ruído foram ultrapassados em Lisboa em mais de 70% das medições realizadas durante o verão pela associação Vizinhos em Lisboa, colocando a capital portuguesa entre as cidades europeias mais ruidosas, com efeitos globais na saúde.
Portugal registou em 2024 uma nova redução de dadores de sangue, totalizando quase menos dez mil em relação a 2017, e voltando a níveis próximos do período pré-pandemia, segundo um relatório do Instituto Português do Sangue e Transplantação (IPST).
A Polícia Judiciária (PJ) fez hoje buscas na Câmara de Ourém e em três empresas no âmbito de uma investigação sobre alegados crimes de violação das regras urbanísticas, poluição, corrupção, fraude na obtenção de subsídio e branqueamento de capitais.
A Comissão Europeia abriu hoje uma investigação aprofundada para determinar se a fabricante estatal chinesa de material circulante CRRC, integrante do consórcio da Mota-Engil, teve “uma vantagem indevida” no concurso da linha violeta do Metro de Lisboa.
O Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA) registou entre as 20:00 de terça-feira e as 08:00 de hoje cerca de 23 mil raios, associados à aproximação e passagem de uma depressão frontal.
A Guarda Nacional Republicana (GNR) anunciou hoje ter localizado três menores dados como desaparecidos na Alemanha após intercetar uma viatura que circulava com matrículas falsas no concelho de Pombal e cujo condutor foi detido.