O secretário-geral da NATO propôs no início deste mês a criação de um fundo de 100 mil milhões de euros para ajudar a Ucrânia a longo prazo.
Numa mensagem publicada de Kiev na sua conta na rede X, Stoltenberg afirmou que “a situação é difícil” para as forças ucranianas nas frentes de combate, mas defendeu que “não é tarde demais para a Ucrânia prevalecer”.
“Mais apoio está a caminho”, indicou o líder da organização, acrescentando: “A NATO também está a envolver-se a longo prazo, colocando a Ucrânia num caminho irreversível em direção à aliança”.
Segundo Stoltenberg, os países da NATO não conseguiram cumprir atempadamente o que prometeram à Ucrânia, enquanto a Rússia se apressa a explorar as suas vantagens no campo de batalha antes que as forças esgotadas de Kiev obtenham mais fornecimentos militares ocidentais no âmbito desta guerra que já dura há mais de dois anos.
O secretário-geral da NATO avisou que “sérios atrasos no apoio significaram graves consequências no campo de batalha” para a Ucrânia.
“Os aliados da NATO não cumpriram o que prometeram”, disse Stoltenberg, referindo-se aos atrasos dos Estados Unidos e da Europa no envio de armas e munições.
“A falta de munições permitiu que os russos avançassem ao longo da linha de frente. A falta de defesa aérea tornou possível que mais mísseis russos atingissem os seus alvos, e a falta de capacidades de ataque profundo tornou possível aos russos concentrar mais forças”, disse ainda o líder da aliança.
A Ucrânia e os seus parceiros ocidentais estão numa corrida contra o tempo para disponibilizar nova ajuda militar crítica que possa ajudar a travar o recente avanço russo, lento e dispendioso, mas constante, no leste do país, bem como impedir ataques com `drones` (aparelhos não tripulados) e mísseis.
Zelensky afirmou que novos apoios ocidentais começaram a chegar, mas lentamente.
“Este processo deve ser acelerado”, pediu o chefe de Estado ucraniano.
De acordo com Stoltenberg, mais armas e munições para a Ucrânia estão a caminho, incluindo sistemas de mísseis Patriot para defesa contra as pesadas barragens russas que atingem a rede elétrica e áreas urbanas.
Essa ajuda adicional pode ser necessária, uma vez que as autoridades ucranianas dizem que a Rússia está a reunir forças para uma grande ofensiva de verão.
A ofensiva militar russa no território ucraniano, lançada a 24 de fevereiro de 2022, mergulhou a Europa naquela que é considerada a crise de segurança mais grave desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).
Os últimos meses foram marcados por ataques aéreos em grande escala da Rússia contra cidades e infraestruturas ucranianas, ao passo que as forças de Kiev têm visado alvos em território russo próximos da fronteira e na península da Crimeia, ilegalmente anexada em 2014.