OCDE mais otimista vê economia portuguesa a crescer 1,6% este ano e inflação nos 2,4%

A OCDE está mais otimista sobre a economia e taxa de inflação em Portugal, prevendo um crescimento do PIB de 1,6% em 2024 e um abrandamento do aumento dos preços para 2,4%, foi hoje divulgado.

© D.R.

 

De acordo com as previsões económicas da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE), o crescimento da economia portuguesa vai desacelerar de 2,3% em 2023 para 1,6% em 2024 (quando anteriormente previa 1,2%), recuperando para 2% em 2025.

A previsão da OCDE é uma décima mais elevada do que a inscrita pelo Ministério das Finanças, no Programa de Estabilidade 2024-2028, que num cenário de políticas invariantes prevê um crescimento de 1,5% este ano, em linha com o projetado no Orçamento do Estado para 2024 (OE2024).

Entre as principais nacionais e internacionais, o Banco de Portugal é a instituição mais otimista, esperando um crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) de 2%, o Conselho das Finanças Públicas 1,6%, o Fundo Monetário Internacional 1,7%, enquanto a Comissão Europeia prevê um crescimento de 1,2%.

A organização com sede em Paris cortou a projeção da taxa de inflação para 2,4% este ano e para 2% em 2025, contra os 3,3% e 2,4%, respetivamente, projetados anteriormente, devido aos preços estáveis da energia e à desaceleração da procura de trabalho.

“Um mercado de trabalho restritivo e a queda da inflação estão a apoiar o crescimento dos salários reais e o consumo privado, e a implementação do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR) irá impulsionar investimento”, considera a OCDE.

Assim, apesar de assinalar que o crescimento global modesto e a elevada incerteza estão a travar as exportações e o investimento, acredita que este quadro irá “desaparecer à medida que a procura externa” aumentar.

A OCDE considera que a política orçamental em Portugal deverá tornar-se menos restritiva em 2024, prevendo que o excedente orçamental diminua de 1,2% do Produto Interno Bruto (PIB) em 2023 para 0,3% em 2024.

“A implementação do PRR, a redução do imposto sobre o rendimento das pessoas singulares e o aumento dos benefícios sociais irão apoiar a atividade e compensarão a eliminação progressiva das medidas de apoio para atenuar o choque inflacionista em 2024”, refere.

Paralelamente dá nota de que o salário mínimo aumentou 7,9% em 2024 e espera um novo aumento de 4,3% em 2025, provavelmente aumentando o rendimento das famílias.

No entanto, “o aumento dos custos laborais poderá travar o emprego com salários baixos e os grandes investimentos públicos previstos”, enquanto “as reduções permanentes do imposto sobre o rendimento das pessoas singulares poderão agravar as pressões inflacionistas”, enquanto as taxas de juros irão continuar a pesar sobre a atividade.

A OCDE prevê que o rácio da dívida pública caia de 99,1% em 2023 para 95,7% este ano e para 92,5% em 2025.

Últimas de Economia

Os roubos de cortiça têm vindo a agravar-se nos últimos anos, gerando elevados prejuízos, e os produtores querem que estes sejam classificados como "crime ambiental", exigindo ao Governo o reforço da vigilância, das penas e multas.
O limite total da despesa para 2025 definido pelo Governo vai aumentar 19,3%, para 425,9 mil milhões de euros, segundo o quadro plurianual das despesas públicas, remetido hoje pelo Governo ao parlamento.
Um estudo da associação que representa empresas agrícolas do sudoeste alentejano revela que a escassez de água é a “maior preocupação”, apontando a necessidade de o Governo implementar uma estratégia nacional para a gestão dos recursos hídricos.
As taxas máximas dos cartões de crédito, linhas de crédito, contas correntes bancárias, facilidades de descoberto e ultrapassagens de crédito, vão recuar 0,1 pontos percentuais, para 19,1%, no quarto trimestre face ao anterior, anunciou esta quinta-feira o BdP.
O Instituto de Financiamento da Agricultura e Pescas (IFAP) pagou aos agricultores quase 54 milhões de euros até 23 de agosto, destacando-se os montantes no âmbito do Programa de Desenvolvimento Rural (PDR) 2020.
O fosso entre os rendimentos do trabalho e os rendimentos do capital agravou-se nas últimas décadas, advertiu hoje a Organização Internacional do Trabalho (OIT).
A produção industrial recuou, em julho, 2,1% na zona euro e 1,9% na União Europeia (UE), com Portugal a registar a terceira maior subida homóloga (2,0%), divulga hoje o Eurostat.
A indústria portuguesa de calçado criou 45 novas empresas e encerrou 25 desde início do ano, segundo dados da Informa DB citados pela associação setorial APICCAPS, para quem esta é “mais uma prova" da "vitalidade e renovação" do setor.
A presidente da Associação de Municípios Portugueses (ANMP) criticou hoje a decisão que permite à Entidade Reguladora dos Serviços de Águas e Resíduos (ERSAR) fixar as tarifas da água, por "violar a autonomia do poder local".
O antigo presidente da TAP Fernando Pinto recebeu, entre 2007 e 2020, mais de 8,5 milhões de euros, entre remunerações, prémios e pela prestação de serviços, incluindo 175 dias de férias não gozadas, segundo a IGF.