Contudo, a Administração interna destacou mais de 1300 polícias agredidos, só entre janeiro e agosto de 2023, segundo o Diário de Notícias. Em paralelo, o Folha Nacional tomou conhecimento de dois casos de agressões contra polícias, no arranque desta semana, nomeadamente ao nível de agressões e ameaças – testemunhos que levam a crer que há mais ocorrências do que as registadas. No passado domingo, dia 23 de julho, um agente PSP ficou ferido, na sequência de desacatos no trânsito, em Belas/Sintra. O suspeito terá ameaçado e agredido o agente que se encontrava de folga, mas que se terá identificado como polícia.
Segundo fonte próxima da PSP, a agressão ocorreu após uma discussão no trânsito, na rua Eduardo Ferreira Pinto Basto, junto aos Bombeiros Voluntários de Belas, quando um homem de 40 anos começou por ameaçar e agredir o polícia. “O polícia foi agredido na face e nas costas”, revelou a mesma fonte.
O polícia foi transportado para o Hospital Fernando Fonseca, na Amadora, com ferimentos ligeiros. O suspeito foi detido e transportado para a 88.ª Esquadra.
Um outro caso, que aconteceu igualmente no passado domingo, dá conta de um polícia da PSP atropelado enquanto uma viatura circulava em contramão, em Odivelas.
“Um dos suspeitos estaria na posse de arma de fogo”, garantiu fonte próxima da PSP ao Folha Nacional.
Durante a abordagem, na Quinta de São José, em Odivelas, “o automóvel, que terá sido furtado em França, abalroou a viatura policial e atropelou um polícia.”
O agente atropelado ficou ferido na perna direita e incapacitado para o serviço. Após tratamento do Hospital Beatriz Ângelo, em Loures, já teve alta hospitalar.
Para o líder do CHEGA, André Ventura, estas ocorrências acontecem porque os “polícias perderam autoridade e capacidade de agir” e, por essa razão, defende que o país precisa de um “compromisso com os polícias, militares e bombeiros”.
“Hoje temos polícias com medo de usar as armas, medo de intervir quando estão em assaltos, quando estão a tentar parar rixas. Temos polícias que têm medo de agir porque sabem que o prejudicado ao fim do dia não vai ser o bandido, vai ser o polícia, com processos disciplinares, com perseguições, etc.”, acrescentou.
Sustentando que “nos últimos anos, militares e polícias perderam 23% de poder de compra”, Ventura salientou que “Portugal não pode prescindir de militares, polícias e bombeiros motivados, satisfeitos e dignificados na sua profissão”.
O presidente do CHEGA acusou ainda o Governo de ser aquele “que pior tem tratado” estes setores e voltou a prometer “equiparar o suplemento dado à Polícia Judiciária a todas as forças de segurança e aos guardas prisionais”. As negociações entre o Governo e os sindicatos, sobre a atribuição de um subsídio de risco, terminaram sem acordo depois de o Ministério da Administração Interna ter proposto um aumento de 300 euros no suplemento de risco da PSP e GNR, valor que seria pago de forma faseada até 2026.