Presidente argentino defende nova aliança política, comercial e militar com os EUA

O Presidente da Argentina defendeu a formação de “uma aliança de nações livres” que vá além da política, durante uma visita aos Estados Unidos, onde participou num fórum conservador em Mar-a-Lago ao lado do futuro Presidente norte-americano Donald Trump.

© facebook de Javier Milei

Numa gala onde os dois líderes se elogiaram mutuamente, na quinta-feira à noite, Javier Milei apelou à criação de uma nova coligação para “estabelecer novos laços políticos, sim, mas também laços comerciais, culturais, diplomáticos e militares”.

Perante investidores e futuros membros da administração norte-americana republicana, Milei defendeu uma nova “aliança de nações livres, guardiãs do legado ocidental, estabelecendo novos laços políticos”, segundo informou hoje a Presidência argentina num comunicado de imprensa.

Entre as conversas mantidas por Milei durante o fórum, promovido pelo America First Policy Institute e fechado à comunicação social, a Presidência argentina destacou os contactos mantidos com Donald Trump e com o empresário multimilionário Elon Musk, que irá liderar o novo Departamento de Eficiência Governamental (DOGE).

“No auge da cultura ocidental”, encontramos uma nova prova de fogo “na frente doméstica: a luta contra o vírus ‘woke’ [movimento que levanta questões relativas à justiça social e racial], com as suas terríveis consequências”, disse Milei no evento.

Na sua intervenção, o líder argentino felicitou Trump pela sua vitória contra a vice-presidente Kamala Harris nas recentes eleições presidenciais norte-americanas, a que chamou “o maior regresso político da história”.

“Hoje um fantasma diferente está a assombrar o mundo, o fantasma da liberdade. Um fantasma que vem para acabar com o modelo de servidão que reina no mundo livre, sob o manto das boas intenções e da falsa justiça social”, disse Milei.

Por sua vez, Trump elogiou Milei como um aliado do seu movimento MAGA (‘Make America Great Again’) e partilhou os seus ideais de “liberdade”.

“Javier, quero felicitá-lo pelo trabalho que tem feito, para tornar a Argentina grande novamente. É incrível a forma como a está a corrigir”, afirmou o republicano.

Milei é o primeiro líder estrangeiro a reunir-se com Trump após a sua vitória nas eleições presidenciais, a 05 de novembro, e antes da tomada de posse, agendada para 20 de janeiro de 2025.

Nesta semana, Milei declarou a sua intenção em conseguir um Tratado de Livre Comércio com os EUA e garantir melhores condições na relação da Argentina com o Fundo Monetário Internacional (FMI).

A visita de Milei aos EUA será curta, pois irá receber no fim de semana o Presidente francês, Emmanuel Macron, em Buenos Aires, viajando de seguida para o Brasil, onde vai participar na cimeira do G20 (grupo das 20 maiores e emergentes economias mundiais).

Posteriormente, e já na capital argentina, vai receber a primeira-ministra italiana, Giorgia Meloni.

Últimas de Política Internacional

As autoridades turcas detiveram hoje 234 pessoas suspeitas de pertencerem a redes de crime organizado, numa grande operação policial de âmbito internacional, foi hoje anunciado.
A União Europeia (UE) quer reforçar o controlo e a responsabilização do comércio internacional de armas, após os 27 terem aprovado hoje uma revisão do quadro sobre esta matéria, motivada pela entrega de armas à Ucrânia.
A Alta-Representante da União Europeia (UE) para os Negócios Estrangeiro defendeu hoje que é preciso a Rússia seja pressionada para aceitar as condições do cessar-fogo, recordando que a Ucrânia está a aguardar há um mês pela decisão de Moscovo.
O presidente em exercício do Equador, o milionário Daniel Noboa, foi declarado vencedor da segunda volta das eleições de domingo pela autoridade eleitoral do país, derrotando a rival de esquerda, Luisa González.
O Governo moçambicano admitiu hoje pagar três milhões de dólares (2,6 milhões de euros) à euroAtlantic, pela rescisão do contrato com a estatal Linhas Aéreas de Moçambique (LAM), mas abaixo da indemnização exigida pela companhia portuguesa.
O presidente da Ucrânia pediu uma "resposta forte do mundo" ao ataque com mísseis balísticos na manhã de hoje contra a cidade de Soumy, no nordeste da Ucrânia, que terá causado mais de 20 mortos.
O líder venezuelano Nicolas Maduro vai visitar Moscovo no próximo mês para participar nas comemorações do Dia da Vitória sobre a Alemanha nazi, que se celebra tradicionalmente a 9 de maio, confirmou hoje o ministro dos Negócios Estrangeiros russo.
Os países que apoiam a Ucrânia na defesa do território ocupado por tropas russas comprometeram-se hoje com mais 21.000 milhões de euros para apoiar o país, durante uma reunião do Grupo de Contacto.
As autoridades italianas transferiram hoje o primeiro grupo de imigrantes em situação irregular para os polémicos centros de deportação na Albânia, transformados em estruturas de repatriamento de requerentes de asilo já com ordem de expulsão de Itália.
A inflação na Venezuela fixou-se em 136% em março, em termos anuais, anunciou o Observatório Venezuelano de Finanças (OVF).