A gestão da água em Baião é um exemplo gritante de como decisões políticas erradas podem prejudicar gravemente os cidadãos, sobretudo os mais vulneráveis.
Sob a liderança do Partido Socialista, que negociou as concessões, e com Paulo Pereira atualmente à frente do município, Baião enfrenta uma das tarifas de água mais elevadas do país. Num concelho onde a pobreza é uma preocupação crescente, estas tarifas representam um fardo insustentável para muitas famílias.
Em vez de reconhecer a gravidade do problema, o presidente parece mais interessado em desviar as atenções. Recentemente, numa entrevista ao Porto Canal, criticou o estudo da DECO, que calculou os custos com base num consumo médio de 10m³, sugerindo que a média local deveria ser de apenas 5m³. No entanto, esta estimativa subestima grosseiramente as reais necessidades familiares. Os dados disponíveis indicam que o consumo médio de água por pessoa é de cerca de 195 litros por dia, o que equivale a 17,55m³ por mês para uma família de três – muito acima dos 5m³ defendidos pelo autarca.
A insistência de Paulo Pereira em descredibilizar um estudo independente parece ser uma tentativa de justificar a manutenção de tarifas exorbitantes e de mascarar a má gestão herdada de concessões negociadas pelo PS, que beneficiaram mais os concessionários do que os consumidores.
As declarações do presidente, que sugere a realização de um novo estudo sob critérios definidos por si, reforçam a ideia de que está mais preocupado em legitimar uma gestão falhada do que em resolver os problemas que afetam os munícipes.
Paulo Pereira argumenta que estas tarifas refletem normas europeias e garantem equilíbrio financeiro. Contudo, esta justificativa não explica por que as tarifas em Baião estão entre as mais altas do país.
O Partido Socialista, que liderou as negociações das concessões, e Paulo Pereira, que perpetua esta política, devem responder pelos seus atos. Até lá, os habitantes de Baião continuarão a pagar o preço de uma política que falhou em protegê-los e que beneficia poucos à custa de muitos.