Numa discussão com colegas na faculdade sobre os protestos na Alemanha ocorridos no passado mês de setembro de 2024, contra as políticas de imigração e propostas de deportação em massa, organizados por grupos de cidadãos de direita, que degeneraram em confrontos violentos com a polícia, resultando em várias detenções e feridos, ficou no ar a questão levantada por uma colega de curso: “Porque é que nós, portugueses, somos tão pacíficos?”.
Esta pergunta intrigou-me, pois, apesar de já ter reconhecido essa passividade, nunca tinha realmente questionado o porquê, se somos só nós, ou o motivo de apenas nós parecermos reagir dessa forma. Decidi, então, analisar o comportamento dos cidadãos portugueses e compará-lo com o de outros povos europeus, e cheguei a uma conclusão clara e preocupante: existe, de facto, em Portugal, uma profunda passividade perante o poder, refletida em momentos de crise e indignação que, ao invés de conduzirem à ação, acabam em resignação. Observamos noutros países europeus que, face a crises e escândalos, o povo se ergue em protesto e exige mudanças concretas. Em Portugal, no entanto, temos uma resposta contida, como se o cidadão comum tivesse receio de contestar quem considera ser o “dono da casa”. Mas Por quê?
Este comportamento encontra explicação na nossa história recente. A ditadura do Estado Novo deixou-nos marcas que persistem até hoje. Durante décadas, qualquer tentativa de contestação era silenciada, criando uma cultura de medo e obediência.
Após o 25 de Abril, e com o passar dos anos, esperava-se que esta mentalidade fosse superada, mas o que sucedeu foi um reforço da dependência. Com governos de cariz socialista, como o de Mário Soares, o Estado assumiu um papel “paternalista”, instalando-se como um “Estado-pai” que prometia cuidar do bem-estar dos cidadãos. Esse “Estado-pai” posicionou-se como protetor, mas, ao mesmo tempo, fomentou uma relação de dependência.
Alargou o seu controlo a todas as áreas e setores da vida pública e privada — saúde, educação, economia e até cultura. Em vez de se criar uma sociedade ativa e consciente, o Estado foi incentivando um assistencialismo que desresponsabiliza o cidadão e perpetua uma subordinação disfarçada de proteção. Este “Estado obeso” que se alimenta da dependência do povo, interferindo em áreas que não lhe competem, rouba aos cidadãos a sua iniciativa e a sua liberdade.
É uma máquina ineficaz, que gasta recursos para manter a sua própria estrutura, em vez de investir no progresso real e na autonomia de cada cidadão. Passámos a ter uma máquina estatal pesada, inchada, ineficaz, lenta e, sobretudo, dependente apenas de si mesma para garantir a obediência do povo.
Esta estrutura, que deveria servir o cidadão, tornou-se um entrave ao verdadeiro espírito de liberdade e autonomia. Nenhum bom filho, por muito zangado que esteja com o seu pai, o vai atacar ou ofender. Mesmo em momentos de grande insatisfação, a reação popular é limitada, quase temerosa, como se esperássemos que o próprio Estado nos viesse salvar dos problemas que ele próprio criou. Existe aquela mentalidade de “se fizermos alguma coisa, depois ainda é pior” ou então “eles têm a faca e o queijo na mão”.
Em vez de exigir mudanças e lutar por uma verdadeira liberdade, muitos portugueses acabam por se conformar, confiando num sistema que falha repetidamente, ou então lembrando o tempo da outra senhora e da PIDE, temem sequer levantar a voz contra quem tanto os tem prejudicado e desgovernado.
Os sucessivos governos de esquerda e centristas têm feito um ótimo trabalho preenchendo os quadros da comunicação social com os seus discípulos, conseguindo, através dela, manipular uma população ainda demasiado crente no que lhe mostra a caixa preta que tem na sala ou na cozinha. Ao dominar a comunicação social, os governos de esquerda e centro moldaram a opinião pública a seu favor, transformando os canais informativos em instrumentos de propaganda, em vez de veículos para a verdade e o pluralismo.
Podemos resumir esta análise afirmando que, os portugueses, de um modo geral, tendem a ser passivos e subservientes em relação ao Estado devido ao peso histórico da ditadura e à mentalidade assistencialista criada pelos governos socialistas, que estabeleceram um “Estado-pai”, dependente e intrusivo, que controla grande parte das suas vidas como se fosse um titereiro. Este assistencialismo que foi instaurado não emancipa. . . aprisiona! Quando os cidadãos se veem dependentes de subsídios, perdem a capacidade de exigir e lutar por uma vida digna e autónoma. E é exatamente essa liberdade individual que o CHEGA defende.
Mas acredito que a mudança já começou. O CHEGA representa uma forma diferente de pensar, pois nós não queremos um Estado que nos trate como filhos, nem um Estado obeso que controla tudo e todos, mas sim uma estrutura reduzida com menos peso e menos dimensão que respeite a autonomia e a responsabilidade de cada cidadão, que não compre a população com esmolas, os chamados subsídios, depois de nos tornar dependentes delas.
Defendemos um Estado que, em vez de impor o seu peso, seja leve e focado no essencial: garantir justiça, segurança e condições para o desenvolvimento individual e coletivo. Queremos um governo que proteja, não que controle, que inspire responsabilidade em vez de submissão. Não aceitamos ser apenas mais uma voz passiva num sistema estagnado; somos a força de uma nova geração que exige mais e melhor. Somos a força da mudança!
O CHEGA é essa voz diferente, que não se cala. Somos a voz dos que não aceitam submissão, dos que exigem uma mudança verdadeira e corajosa. Queremos um Portugal de cidadãos livres, capazes e prontos para tomar as rédeas do seu futuro. Nós, eleitores do CHEGA, recusamos baixar a cabeça.
Temos pensamento crítico, não nos conformamos com o sistema corrupto que prejudica o nosso povo. Lutamos contra todos os que traem os interesses de Portugal e defendemos uma política sem amiguismos, sem favores, onde o mérito e a honestidade prevalecem. Nós não nos ajoelhamos! Temos um pensamento crítico, não somos ovelhas e não aceitamos ser governados por corruptos e traidores da pátria.
Estamos a construir um Portugal livre, para que cada cidadão tome as rédeas do seu destino. Este é apenas o início de uma nova era em que a coragem e a liberdade prevalecerão sobre a submissão e o conformismo.
Em 2019 elegemos um deputado, depois doze, agora cinquenta, e ainda estamos a começar!
Viva o CHEGA
Viva Portugal