PM britânico revela que Reino Unido, França e Ucrânia vão trabalhar num plano de cessar-fogo

O primeiro-ministro britânico, Keir Starmer, revelou hoje que o Reino Unido, a França e a Ucrânia concordaram em trabalhar num plano de cessar-fogo para apresentar aos Estados Unidos.

© Facebook de Keir Starmer

“Concordámos que iríamos trabalhar num plano para parar a guerra e depois discutir esse plano com os Estados Unidos. É um passo em frente em relação a onde estávamos na sexta-feira”, afirmou, numa entrevista à BBC.

A decisão foi tomada no sábado à noite, depois de receber o Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, em Londres, e de falar ao telefone com o Presidente dos EUA, Donald Trump, e o Presidente francês, Emmanuel Macron.

Starmer considera este “um passo em frente” após o confronto verbal entre Zelensky e Trump na sexta-feira, que terminou com o chefe de Estado ucraniano a abandonar a visita à Casa Branca sem assinar o acordo sobre minerais, hidrocarbonetos e infraestruturas ucranianas previsto.

“Senti-me desconfortável, ninguém quer ver aquilo. Mas o importante é saber como reagir”, confiou Starmer à BBC a propósito das cenas transmitidas na televisão.

Em vez de “aumentar a retórica sobre o quão indignados estamos todos”, numa referência velada a outros líderes europeus, Starmer decidiu “arregaçar as mangas, pegar no telefone, falar com o Presidente Trump, falar com o Presidente Zelensky” naquele mesmo dia.

“A minha reação é que temos de fazer a ponte para encontrar uma forma de trabalharmos todos em conjunto” para chegar a uma paz duradoura, a qual está convicto que Trump também deseja.

O primeiro-ministro britânico falava pouco antes de receber cerca de 17 líderes internacionais em Londres para uma cimeira sobre a defesa europeia e o processo de paz para a guerra na Ucrânia.

Além do Reino Unido, estarão representados a Ucrânia, França, Alemanha, Itália, Países Baixos, Espanha, Noruega, Canadá, Finlândia, Suécia, Dinamarca, República Checa, Polónia, Roménia.

O ministro dos Negócios Estrangeiros turco, Hakan Fidan, também vai participar, bem como o secretário-geral da NATO, Mark Rutte, a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, e o presidente do Conselho Europeu, António Costa.

O primeiro-ministro espera que a cimeira possa discutir o formato de uma “garantia de segurança europeia” quando for alcançado um cessar-fogo na Ucrânia, e admitiu que será composta no início por um grupo de países dispostos a integrar uma força de manutenção da paz.

“Temos de encontrar os países na Europa que estejam preparados para ser mais predispostos. Não estou a criticar ninguém, mas em vez de avançar ao passo de cada um dos países na Europa, que seria lento, temos de formar uma ‘coligação de voluntariosos'”, disse.

O Reino Unido e a França são os países “mais avançados” nesta matéria, admitiu.

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