Trump garante que Zelensky está pronto para assinar acordo de minerais

O Presidente norte-americano, Donald Trump, indicou na terça-feira que recebeu uma "carta importante" do homólogo ucraniano, Volodymyr Zelensky, manifestando disponibilidade para retomar as negociações para a paz e para assinar o acordo de minerais.

© Facebook de Donal Trump

Naquele que foi o primeiro discurso perante o Congresso desde que regressou ao poder, Donald Trump adotou um tom mais conciliatório depois do polémico encontro com Zelensky na passada sexta-feira, em Washington.

 Trump disse que recebeu uma “carta importante” de Zelensky nesta terça-feira e citou o conteúdo da mesma: “A minha equipa e eu estamos prontos para trabalhar sob a forte liderança do Presidente Trump para obter uma paz duradoura”.

“Nós realmente valorizamos o quanto a América fez para ajudar a Ucrânia a manter a sua soberania e independência. Em relação ao acordo sobre minerais e segurança, a Ucrânia está pronta para assiná-lo a qualquer momento que seja conveniente”, leu Trump.

Contudo, o conteúdo da alegada carta de Zelensky é o mesmo que o líder ucraniano escreveu horas antes numa publicação nas suas redes sociais.

Trump disse ainda que estava agradecido pela carta, acrescentando que “simultaneamente, teve discussões sérias com a Rússia e recebeu fortes sinais de que Moscovo está pronto para a paz”.

Trump e Zelensky estavam prestes a assinar um acordo para a exploração de recursos naturais ucranianos na passada sexta-feira, mas essa assinatura foi interrompida depois de um tenso confronto entre os dois líderes no Salão Oval da Casa Branca.

O tema da Ucrânia surgiu apenas 90 minutos após o início do discurso de Trump.

No seu pronunciamento, Donald Trump sugeriu ainda que o Presidente russo, Vladimir Putin, se sentiu autorizado a invadir a Ucrânia por causa da forma como o Governo de Joe Biden lidou com a retirada dos Estados Unidos do Afeganistão.

Trump criticou duramente a saída caótica do Afeganistão conduzida pelo antecessor, em agosto de 2021, episódio que resultou na morte de 13 militares norte-americanos.

“Quando Putin viu o que aconteceu, acho que ele disse: ‘Bem, talvez esta seja a minha oportunidade’, de tão mau que foi. Nunca deveria ter acontecido. Pessoas grosseiramente incompetentes”, criticou Trump, referindo-se ao Governo de Joe Biden.

“Se você quer acabar com as guerras, você tem que falar com ambos os lados”, advogou ainda o magnata republicano, defendendo a sua reaproximação a Moscovo.

Trump surpreendeu Kiev e os aliados europeus ao anunciar recentemente uma conversa telefónica de cerca de 90 minutos com Vladimir Putin, acabando por abalar a unidade ocidental e a estratégia de isolamento de Moscovo.

Nos últimos dias, Trump falou com a Rússia e com a Ucrânia, mas recusou-se a oferecer a Kiev um compromisso de segurança e tirou à Ucrânia várias opções de negociação para um acordo de paz, excluindo, por exemplo, a integração de Kiev na NATO.

Trump discursou na terça-feira perante o Congresso, poucas horas após anunciar a suspensão imediata da ajuda à Ucrânia.

O discurso foi acompanhado por vários protestos dos democratas, com alguns a vestirem-se de amarelo e azul – as cores da bandeira ucraniana – para mostrar apoio ao país após a postura polémica de Trump para com Zelensky.

Depois de falar por cerca de uma hora e 40 minutos, Trump passou a deter o recorde do primeiro discurso mais longo para uma sessão conjunta do Congresso ou discurso do Estado da União, segundo a rede televisiva CNN.

Trump falou mais tempo do que qualquer outro Presidente, tendo, inclusive, superado os tempos registados no seu primeiro mandato.

Contudo, parte da galeria do Congresso estava vazia quando Trump terminou o discurso, uma vez que os democratas abandonaram a sala antes do chefe de Estado concluir as declarações.

Últimas do Mundo

O primeiro-ministro húngaro, Viktor Orbán, considerou hoje "uma vergonha" a Marcha do Orgulho Gay, que reuniu no sábado nas ruas de Budapeste dezenas de milhares de pessoas, apesar da proibição da polícia.
A Assembleia Parlamentar da Organização para a Segurança e Cooperação na Europa (OSCE), reunida esta semana no Porto, pediu hoje "atenção internacional urgente" para o rapto, deportação e "russificação" de crianças ucranianas.
Mais de 50.000 pessoas foram deslocadas temporariamente na Turquia devido a incêndios florestais que têm afetado as províncias de Esmirna, Manisa (oeste) e Hatay (sudeste), anunciou esta segunda-feira a Agência Turca de Gestão de Catástrofes (AFAD).
A Força Aérea polaca ativou todos os recursos disponíveis no sábado à noite durante o ataque russo ao território ucraniano, uma vez que a ofensiva russa afetou territórios próximos da fronteira com a Polónia.
O Papa Leão XIV pediu hoje orações pelo silêncio das armas e pelo trabalho pela paz através do diálogo, durante a oração do Angelus, na Praça de São Pedro, no Vaticano.
Um ataque massivo da Rússia com 477 drones e 60 mísseis, na noite de sábado, causou a morte de um piloto da Força Aérea e seis feridos na cidade ucraniana Smila, denunciou hoje o Presidente da Ucrânia.
A constante ligação aos ecrãs e a proliferação de métodos de comunicação estão a conduzir a dias de trabalho intermináveis com interrupções constantes, com graves consequências para a saúde mental e física, alertam especialistas e vários estudos recentes.
A associação de empresas de energia de Espanha (Aelec), que integram EDP, Endesa e Iberdrola, atribuiu hoje o apagão de abril à má gestão do operador da rede elétrica espanhola no controlo de flutuações e sobrecarga de tensão.
As companhias aéreas europeias, americanas e asiáticas suspenderam ou reduziram os voos para o Médio Oriente devido ao conflito entre Israel e o Irão e aos bombardeamentos dos EUA contra este último país.
O comandante chefe das Forças Armadas da Ucrânia, Oleksandr Sirski, assegurou este domingo que as tropas ucranianas conseguiram travar o avanço russo na região nordeste de Sumi, recuperando a localidade de Andriivka e avançando na zona de Yunakivka.