A taxa de suicídio é mais do dobro da população em geral.
As hierarquias estão sensibilizadas para esta temática, mas a sinalização dos casos é efetuada pelos próprios colegas, os gabinetes de psicologia estão distantes e nem todas as forças de segurança têm acesso.
Os dados disponíveis representam que há uma taxa de suicídios nas forças de segurança superior, em termos relativos, à restante comunidade, nas soluções parecem ser escassas, falamos de homens e mulheres que dedicam muito da sua vida, por vezes até a própria vida, ao serviço de todos nós, mas também são aqueles que, na comunidade, têm a prerrogativa do uso da força e do uso de armas de fogo e por isso é também fundamental que esteja assegurado o seu bem-estar físico, psicológico e emocional.
Uma das medidas poderá passar pela retirada de porte de arma a quem tenha indícios diagnosticados, já que em 83% dos casos os suicídios são feitos com recurso a armas de fogo de serviço, o seu acesso fácil potencia o suicídio.
É urgente existirem soluções! Estando alguém sinalizado com síndromes depressivos e que eventualmente possam ter Burnout ou stress não tratado, é porventura necessário que seja retirada a arma de fogo, assim se a sua condição física e mental permitir, os elementos poderão continuar a exercer as suas funções, obviamente com tratamento, mas ficarão desarmados, poderá ser um fator considerado dissuasor no sentido de o próprio não sinalizar a situação em que se encontra, mas não podemos correr o risco de permitir que continuem armados.
Temos presente que a atividade desenvolvida pelos que servem na GNR, PSP e Corpo da Guarda Prisional é particularmente difícil, são-lhes exigidos sacrifícios que impactam com a sua vida familiar, com as horas de descanso e, por vezes, até com a própria vida e estão expostos a um grau de violência que a maior parte da comunidade não tem de enfrentar, trabalham por turnos, frequentemente deslocalizados da sua área de residência e submetidos a um escrutínio público quantas vezes implacável.
É-lhes devido reconhecimento pelo extraordinário serviço que prestam ao país e é-lhes devido que todas as medidas sejam tomadas para que lhes sejam proporcionadas as necessárias condições e desmistificar a ideia de que a doença mental, a depressão, o Burnout, são sinónimos de fraqueza, um terrível preconceito que resulta quase sempre da falta de informação, de reflexão e da fácil adesão a estereótipos.
Encarar esta realidade não é apenas uma questão de saúde individual, mas uma necessidade coletiva de repensar a relação com o trabalho e o descanso.
As situações de stress profissional e Burnout são realidades inegáveis nestes profissionais, a natureza específica das funções que estes profissionais desempenham é classificada no meu entendimento como sendo de risco e desgaste rápido, visto, no seu dia-a-dia, serem confrontados com situações limite, estando sempre na linha da frente o que conduze a uma deterioração das faculdades físicas, psicológicas e emocionais.
É fulcral não esquecer que todas estas dimensões analisadas devem ser consideradas na complexa orgânica do trabalho destes profissionais, que exercem uma atividade que vincula a adequação no controlo das emoções, agressividade e ansiedade, bem como no estabelecimento plural de relacionamentos interpessoais harmonizados. Interessa, pois, continuar a refletir sobre necessidades e aspetos a adaptar na Instituição.
As diversas especificidades inerentes à função e a complexidade das estruturas organizacionais que apresentam características particularidades próprias, bem como um conservadorismo, sendo obstáculo para um bom entendimento e compreensão dos fenómenos de vulnerabilidade ao stress,
Burnout originando ideações Suicidas, chegando a teralgumas consequências, nomeadamente absentismo laboral e por vezes suicídios.
Stress e Burnourt são preditores da Ideação Suicida….
“ É necessário vermos as Forças de Segurança como um bem estar para a Sociedade”