EUA vão pedir acesso a dados sobre contribuintes indocumentados

O Governo dos Estados Unidos reconheceu num tribunal federal que está a tentar obter informações confidenciais sobre imigrantes indocumentados, no âmbito da atual campanha de deportação, avançou a estação norte-americana de televisão CNN.

© Facebook Open Arms

“Há discussões em curso (…) sobre a partilha de informações” entre o Internal Revenue Service (IRS, a agência responsável pela cobrança de impostos) e o Departamento de Segurança Interna (DHS, na sigla em inglês), disse um advogado do Departamento de Justiça.

Andrew Weisberg falava, na quarta-feira, numa audiência em Washington, sobre uma ação judicial interposta por duas organizações não governamentais (ONG) que querem proibir o IRS de partilhar informações confidenciais sobre imigrantes.

As organizações em causa, a Immigrant Solidarity DuPage e a United Workers Centre, apresentaram uma queixa em 07 de março, para impedir o IRS de partilhar informações sobre os contribuintes que utilizam um número ITIN, normalmente emitido para imigrantes indocumentados.

A queixa surgiu depois de o DHS ter solicitado ao IRS as moradas de aproximadamente 700 mil imigrantes indocumentados identificados para deportação, o que, segundo os queixosos, violaria as proteções individuais dos contribuintes.

O diretor jurídico da organização Raise the Floor Alliance, Kevin Herrera, que representa os queixosos, disse em comunicado que estes procuraram garantias da Administração norte-americana de que irá deixar de pressionar o IRS para obter dados pessoais de imigrantes indocumentados enquanto o caso prossegue em tribunal.

No entanto, a juíza distrital dos EUA Dabney Friedrich recusou-se a emitir uma ordem para impedir de imediato o IRS de partilhar estes dados, argumentando não haver provas suficientes de que seriam partilhados imediatamente.

Weisberg garantiu à juíza que o IRS só divulgaria dados sobre imigrantes indocumentados se o DHS apresentasse um pedido para um indivíduo específico que cumprisse as disposições que permitem a divulgação legal de informações pessoais dos contribuintes.

Segundo estimativas do Departamento de Segurança Interna de 2022, o ano mais recente com dados disponíveis, há cerca de 11 milhões de imigrantes indocumentados nos Estados Unidos.

Trump prometeu a maior operação de deportação massiva da história dos Estados Unidos, durante a campanha eleitoral que antecedeu a sua eleição.

No final de fevereiro, o secretário de Estado das Comunidades Portuguesas disse na Assembleia da República que não se registaram deportações de portugueses desde o anúncio de Trump de uma deportação massiva.

Cesário assumiu que não existem números exatos sobre os portugueses em risco de deportação dos Estados Unidos, lembrando que estão contabilizados 360 que já ultrapassaram os 90 dias de permanência temporária concedida ao abrigo do ‘visa waiver’ (programa que permite viagens de negócios ou turismo sem necessidade de visto prévio por um período de 90 dias) e cerca de quatro mil que o Senado (câmara alta do parlamento dos EUA) identificou como fora do prazo de permanência.

Atualmente existem 24 portugueses detidos nos Estados Unidos, referiu José Cesário.

Últimas de Política Internacional

A primeira-ministra italiana, Giorgia Meloni, voltou hoje a criticar o sistema judicial italiano, acusando os tribunais de ordenarem o regresso a Itália de imigrantes com registo criminal e manifestamente sem direito a proteção, por razões "claramente ideológicas".
A Comissão Europeia anunciou hoje ter levado Portugal ao Tribunal de Justiça da União Europeia por não aplicar na totalidade a nova Lei dos Serviços Digitais, dado que não conferiu poderes supervisores nem definiu regras sobre sanções.
A segunda volta para a eleição de Friedrich Merz como chanceler da Alemanha vai decorrer hoje às 15:15 (hora local, 14:15 em Lisboa), depois do líder dos conservadores ter falhado a primeira votação no parlamento.
O Governo dos EUA anunciou hoje que vai oferecer dinheiro aos imigrantes ilegais que regressem aos seus países, beneficiando aqueles que optem pela autodeportação.
A presidente da Comissão Europeia anunciou hoje uma estratégia para a União Europeia (UE) atrair investigadores estrangeiros, alocando 500 milhões de euros até 2027 com vista a chegar futuramente a um investimento de 3% do PIB neste setor.
O primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, prometeu hoje retaliações contra os rebeldes huthis do Iémen, depois de um míssil ter atingido o aeroporto Ben Gurion em Telavive.
O chanceler cessante alemão, Olaf Scholz, apelou hoje à defesa do ideal europeu surgido após a Segunda Guerra Mundial, durante as comemorações do octogésimo aniversário da libertação do campo de concentração nazi de Neuengamme, perto da cidade de Hamburgo.
O primeiro-ministro do Iémen, Ahmed bin Mubarak, demitiu-se hoje depois de lamentar que o seu mandato tenha sido limitado ao ponto de não ter conseguido concretizar as reformas que pretendia para o país.
O Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, desvalorizou as tréguas propostas pelo homólogo russo, Vladimir Putin, incluindo um cessar-fogo de 08 a 10 de maio, por serem prazos demasiado curtos para conversações sérias.
O Parlamento Europeu vai debater na próxima quarta-feira o apagão que deixou a Península Ibérica sem eletricidade na segunda-feira, que foi classificado como o maior incidente deste tipo na Europa em quase duas décadas, foi hoje divulgado.