Cerca de 60,6% dos arrendatários estão na mesma habitação há mais de um ano e menos de 10, enquanto 4,6% se encontram no primeiro ano de contrato e 12,7% há mais de 40 anos, segundo o INE.
“Em relação aos alojamentos arrendados por escalões de anos de residência do agregado no alojamento, em 2021, 60,6% eram referentes a alojamentos cujos agregados familiares residiam entre 01 a 09 anos no alojamento. Todavia, 12,7% eram relativos a alojamentos com agregados familiares que residiam no alojamento há 40 ou mais anos”, refere o estudo “O que nos dizem os Censos sobre a habitação”, hoje apresentado na sede do INE, em Lisboa.
O INE registou 922.810 contratos de arrendamento durante os Censos 2021, dos quais 61,4% apresentavam valores de renda entre 200 e 500 euros, e que apresentavam uma média de 334 euros de renda mensal.
“Os alojamentos com valores de renda mensal inferiores a 20 euros correspondiam a 4,0% do total. Os alojamentos com valores de renda mensal superiores a 650 euros correspondiam, no seu conjunto, a 8,5% do total de alojamentos arrendados. Os alojamentos com rendas mensais superiores a 1.000 euros representavam 2,2%”, acrescenta o instituto estatístico.
Área Metropolitana de Lisboa (4,6%), Algarve (1,6%), Alentejo Litoral (1,3%) e Área Metropolitana do Porto (1,2%) eram as NUTS III com maior proporção de alojamentos com rendas superiores a mil euros.
Região Autónoma da Madeira (31,9%), Alto Alentejo (24,3%), Região Autónoma dos Açores (23,2%) e Área Metropolitana do Porto (22,0%) registavam a maior proporção de alojamentos com rendas até 99 euros.
Em 2021, 63.217 contratos (6,9%) contavam com algum tipo de apoio ao arrendamento, sendo a maioria associados por renda social ou apoiada (40.017 alojamentos, 4,3%).
Num debate após a apresentação do estudo, a diretora do Observatório da Habitação, do Arrendamento e da Reabilitação Urbana, Maria da Graça Igreja, registou que há 151.620 com rendas anteriores a 1990.
Entre os 4.142.581 alojamentos familiares clássicos 2.900.093 estão ocupados pelos proprietários, dos quais 38,4% (1.112.875) tinham encargos mensais com a aquisição.
“Em 39,4% dos alojamentos, os proprietários residiam no alojamento há um período entre 10 a 19 anos. Em contrapartida, em 29,0% dos alojamentos ocupados por proprietários sem encargos associados à aquisição de habitação, o número de anos de residência era superior a 40 anos”, sublinhou o INE.
As áreas metropolitanas de Lisboa e Porto apresentavam as maiores proporções de proprietários com encargos financeiros associados à aquisição de habitação (47,8% e 44,1%), enquanto o Alto Tâmega (16,9%) era a NUT III com menor proporção.
Em mais de metade dos alojamentos (52,8%), as mensalidades situavam-se entre os 200 e os 400 euros, com os valores de encargos inferiores a 100 euros a corresponderem a 3,2% do total e os alojamentos com encargos superiores a 650 euros a 8,6% do total.
Tal como na dominância quanto às proporções, também os valores com encargos eram liderados pelas Área Metropolitana de Lisboa (397,0 euros), sendo seguida pela Região Autónoma da Madeira (394,3 euros) e Algarve (374,3 euros). O valor médio do país situou-se nos 360,5 euros.