Primeiro-ministro da Gronelândia na Dinamarca para reforçar cooperação

O novo primeiro-ministro da Gronelândia, território autónomo dinamarquês cobiçado pelo Presidente dos Estados Unidos, inicia hoje uma visita oficial à Dinamarca, que vai centrar-se na cooperação e na "situação geopolítica".

© Facebook de Jens-Frederik Nielsen

Trata-se da primeira visita oficial à Dinamarca de Jens-Frederik Nielsen, à frente de um Governo de coligação, após vitória do partido de centro-direita que lidera, Os Democratas, nas legislativas de março.

A visita de dois dias ocorre depois de a primeira-ministra dinamarquesa, Mette Frederiksen, ter estado na Gronelândia, no início de abril. Nessa ocasião, Frederiksen deixou uma mensagem aos Estados Unidos: “Não podem anexar um outro país”.

“Em primeiro lugar, retomarei as discussões com a primeira-ministra sobre a situação geopolítica e a cooperação”, declarou Nielsen esta semana em comunicado.

“É importante, no contexto atual, que façamos planos para a nossa cooperação futura”, sublinhou.

As relações entre os Estados Unidos e a Dinamarca ficaram abaladas depois de o Presidente norte-americano, Donald Trump, ter afirmado repetidamente querer assumir o controlo da ilha. Trump invocou preocupações de segurança, recusando-se a excluir o uso da força.

Numa declaração em que anunciou a visita de Nielsen, o Governo dinamarquês sublinhou, esta semana, que a cooperação entre a Gronelândia e a Dinamarca estaria no centro das conversações.

“Temos de nos apoiar mutuamente na difícil situação de política externa em que a Gronelândia e o Reino [da Dinamarca] se encontram atualmente”, afirmou a primeira-ministra dinamarquesa.

O vice-presidente dos EUA, JD Vance, realizou, a 28 de março, uma visita ao território ártico, que tanto a Dinamarca como a Gronelândia consideraram uma provocação. Na base militar norte-americana de Pituffik, Vance acusou Copenhaga de “não ter feito um bom trabalho para o povo da Gronelândia”.

“Estamos abertos a críticas, mas, para ser franco, não apreciamos o tom com que são feitas, escreveu o ministro dos Negócios Estrangeiros dinamarquês, Lars Løkke Rasmussen, nas redes sociais.

Jens-Frederik Nielsen, por sua vez, declarou, numa mensagem no Facebook, que “os Estados Unidos não vão ficar com a Gronelândia”. “Não pertencemos a mais ninguém. Nós decidimos o nosso próprio futuro”, declarou.

Durante a visita a Copenhaga, Jens-Frederik Nielsen vai reunir-se também com o rei Frederico X e membros do parlamento dinamarquês.

A Casa Real dinamarquesa disse que o rei parte na segunda-feira para a Gronelândia, onde deverá permanecer até quinta-feira.

De acordo com sondagens, uma grande maioria dos 57 mil habitantes da Gronelândia deseja a independência da Dinamarca, mas não quer ser anexada pelos Estados Unidos.

Últimas de Política Internacional

O primeiro-ministro de Espanha, Pedro Sánchez, vai na quinta-feira ser ouvido numa comissão de inquérito parlamentar sobre suspeitas de corrupção no governo e no partido socialista (PSOE), num momento raro na democracia espanhola.
A Venezuela tem 1.074 pessoas detidas por motivos políticos, segundo dados divulgados na quinta-feira pela organização não-governamental (ONG) Encontro Justiça e Perdão (EJP).
Na quarta-feira, o primeiro governo liderado por uma mulher em Itália cumpre três anos de mandato (iniciado a 22 de outubro de 2022).
A Polónia aprovou uma nova lei que isenta do pagamento de imposto sobre o rendimento todas as famílias com pelo menos dois filhos e rendimentos anuais até 140 mil zlótis (cerca de 33 mil euros).
O Parlamento Europeu (PE) adotou hoje legislação que facilita a retirada do direito de viajar sem visto para a União Europeia (UE) a partir de países que apresentem riscos de segurança ou violem os direitos humanos.
A Comissão Europeia disse hoje apoiar o plano do Presidente norte-americano, Donald Trump, para acabar com o conflito em Gaza, quando se assinalam dois anos da guerra e negociações indiretas estão previstas no Egito entre Israel e o Hamas.
O primeiro-ministro francês, Sébastien Lecornu, apresentou hoje a sua demissão ao Presidente, Emmanuel Macron, que a aceitou, anunciou o Palácio do Eliseu num comunicado, mergulhando a França num novo impasse político.
O primeiro-ministro, Luís Montenegro, vai encontrar-se com o Presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, ao início da tarde, em Copenhaga, na Dinamarca, para uma reunião bilateral.
A presidente da Comissão Europeia saudou hoje o plano do Presidente norte-americano, Donald Trump, para terminar com a guerra em Gaza e que já tem aval israelita, indicando que a União Europeia (UE) “está pronta para contribuir”.
O partido pró-europeu PAS, da Presidente Maia Sandu, venceu as eleições legislativas na Moldova com mais de 50% dos votos, e deverá manter a maioria absoluta no Parlamento, segundo resultados oficiais após a contagem de 99,52% dos votos.