Chega acusa Banco de Portugal de favorecer o Governo e chama Centeno ao parlamento

O Presidente do CHEGA anunciou que vai pedir a audição do governador do Banco de Portugal no parlamento, depois de questionar se a divulgação das previsões económicas depois as eleições teve como objetivo favorecer o Governo.

© Folha Nacional

Em conferência de imprensa na sede do partido, em Lisboa, André Ventura disse “estranhar que apenas alguns dias depois das eleições, o Banco de Portugal [BdP] venha rever em baixa a previsão do crescimento da economia para o próximo ano”.

O líder do CHEGA acusou o BdP de tentar “esconder a realidade dos portugueses durante a campanha eleitoral”, considerando que estes dados “eram importantes para a escolha dos portugueses”.

“Fizemos a campanha, as propostas e os debates com base num modelo de crescimento que afinal não era real, e com base em previsões económicas que afinal não eram reais. Se isto não é ser muleta do sistema, então não sei o que é. O Banco de Portugal tem de ser uma instituição independente, as instituições financeiras têm de ser independentes”, defendeu, considerando que se não forem capazes disso, terão de ser mudadas.

André Ventura sugeriu que o BdP, queria “fazer um favor ao governo”, andar “com o Governo ao colo”, e “ocultar a realidade dos portugueses”, apesar de o governador ser um ex-ministro de um governo socialista, e considerou estar em causa “uma fraude”.

Questionado sobre o facto de Mário Centeno ter sido ministro das Finanças de um governo liderado pelo PS, Ventura respondeu: “Acho que quis fazer um favor ao sistema, porque PS e PSD são a mesma coisa”.

O Presidente do CHEGA indicou que o partido vai chamar Mário Centeno à Assembleia da República, para “dar uma explicação sobre porque é que os números mudaram e o que é que aconteceu que levasse a uma mudança drástica destes números”.

André Ventura disse que o partido vai também “questionar o Governo sobre os números que tem, porque já ninguém se entende” sobre as previsões “para o próximo ano”.

“Vamos questionar o ministro das Finanças sobre os valores reais da previsão de crescimento do Governo para o próximo ano, porque nenhuma política se pode fazer sem ter números coerentes e sérios em matéria de crescimento económico. O país precisa de crescer economicamente”, defendeu.

O Banco de Portugal (BdP) reviu em forte baixa a estimativa do crescimento da economia portuguesa este ano, de 2,3% para 1,6%, segundo o Boletim Económico de junho.

Esta revisão face ao último boletim, de março, ocorreu depois da contração da atividade no primeiro trimestre do ano, com uma redução do Produto Interno Bruto (PIB) de 0,5% em cadeia, que “não foi antecipada”, segundo explica o BdP no documento.

Estas previsões são assim mais pessimistas do que as do executivo, sendo que no Orçamento do Estado para 2025, o Governo tinha apontado para um crescimento do PIB de 2,1% mas reviu em alta essa projeção no Relatório Anual de Progresso, entregue a Bruxelas, para 2,4%.

O BdP continua também a prever um regresso aos saldos orçamentais negativos já este ano, tendo agravado a previsão do défice de 2026 para 1,3% do PIB.

Já no boletim de dezembro, o último que incluiu projeções orçamentais, o banco central tinha previsto um défice de 0,1% do PIB este ano, previsão que mantém, mas agrava agora a perspetiva do saldo orçamental negativo de 2026 de 1% para 1,3%.

Últimas de Política Nacional

O socialista Marco Costa, deputado municipal recém-empossado em Setúbal, foi detido pela polícia por suspeitas de roubo em plena via pública. O autarca, filho do antigo vereador Catarino Costa, deverá ser ouvido por um juiz para conhecer as medidas de coação.
O barómetro DN/Aximage mostra um duelo cada vez mais aceso pela liderança. Ventura sobe nas preferências e mostra que está pronto para disputar Belém até ao fim.
O candidato presidencial André Ventura reagiu com indignação às queixas apresentadas na Comissão Nacional de Eleições (CNE), considerando que está a ser alvo de uma tentativa de silenciamento e perseguição política.
A ministra da Saúde, Ana Paula Martins, revelou esta sexta-feira no Parlamento que 154 bebés nasceram fora de unidades hospitalares em 2025, até ao momento.
A ministra da Saúde, Ana Paula Martins, esteve esta sexta-feira no Parlamento para defender a proposta de Orçamento do Estado para 2026 na área da Saúde, mas acabou por enfrentar momentos tensos, sobretudo com o CHEGA a exigir responsabilidades políticas pelo caso trágico da morte de uma grávida no Hospital Amadora-Sintra.
O Governo vai cortar mais de 200 milhões em despesa com medicamentos e material de consumo clínico, segundo a nota explicativa do Orçamento do Estado para 2026, que prevê uma redução de 136 milhões nos bens e serviços.
O ministro da Presidência comprou à empresa do cunhado um imóvel em Lisboa pelo mesmo preço de 2018. O governante defende que “não houve qualquer preço de favor”.
André Ventura reforça a sua posição na corrida a Belém. Com 15,8% das intenções de voto, o líder do CHEGA ultrapassa Gouveia e Melo e aproxima-se do candidato apoiado pelo PSD, mostrando uma trajectória ascendente rumo a 2026.
'Outdoor' "Isto não é o Bangladesh" vandalizado apenas 24 horas após o decreto presidencial que marca as eleições para 18 de janeiro de 2026.
Nelson Cunha, candidato do CHEGA, venceu as eleições para a Câmara Municipal do Entroncamento a 12 de outubro de 2025, com 37,34% dos votos. Esta vitória representa uma mudança histórica no concelho, tradicionalmente dominado pelo PS e PSD, sendo a primeira vez que o CHEGA conquista a presidência da câmara. O seu lema de campanha, “Juntos pelo Entroncamento”, refletiu o apelo à união e à renovação no município. Na noite da vitória, recebeu o apoio e a visita do presidente do partido, André Ventura. Agora, Nelson Cunha compromete-se a focar-se em prioridades como a segurança, o desenvolvimento local e a