Corrida de imigrantes à formação profissional em Portugal para visto e legalização

A procura de cursos profissionais em Portugal aumentou desde que o Governo anunciou mudanças na lei dos estrangeiros, por ser uma forma dos imigrantes entrarem no país e dos ilegais se regularizarem, além de proporcionarem formação, disse fonte do setor.

© LUSA/MIGUEL A. LOPES

Nas redes sociais multiplicam-se “as dicas” para conseguir dar a volta às anunciadas mudanças, sugerindo aos candidatos a imigrantes em Portugal a inscrição num curso de formação profissional, com a duração superior a 13 meses, neste país.

Isto porque a Lei dos Estrangeiros permite que os estudantes possam solicitar uma autorização de residência em Portugal, através dos estudos, salientou o responsável de uma das empresas ouvido pela Lusa.

E se isso é possível para quem quer sair do seu país para ir viver em Portugal, também o é para quem está numa situação irregular em Portugal, que pode desta forma solicitar a autorização de residência, apresentando uma matrícula numa escola que ministre estes cursos.

No centro de formação Prepara Portugal as matrículas aumentaram mais de 100% nos últimos três meses, passando de 58 novas matrículas mensais para 195, como disse à Lusa o fundador e diretor pedagógico da instituição, Higor Cerqueira.

“Desde que as discussões sobre a nova lei começaram, notamos um crescimento ainda mais significativo no interesse pelos nossos cursos. Temos recebido dezenas de mensagens diárias através dos nossos canais (telefone, WhatsApp, email e redes sociais) de pessoas que querem saber como se podem matricular”, disse.

Criado por imigrantes em Portugal e vocacionado sobretudo para esta população, o centro ministra cursos de formação profissional com a duração de 18 meses e que custam, em média, mil euros.

Nestas formações há alunos de 28 nacionalidades, sendo a maioria brasileiros (75%), seguidos dos marroquinos e angolanos, sendo os cursos ministrados em português, mas com possibilidades de formações em inglês e francês.

Segundo Higor Cerqueira, estes alunos procuram uma formação específica, em áreas menos braçais do que as que costumam exercer, como a restauração, que lhes dê alguma vantagem na hora de procurar emprego.

As áreas mais procuradas são as de análises de dados e tecnologia de informação aplicada à gestão, marketing digital e planeamento estratégico, existindo nove formadores para o universo de alunos.

Uma vez que a Prepara Portugal é certificada pela Direção Geral do Emprego e das Relações de Trabalho (DGERT), e tendo os cursos uma duração superior a 13 meses, estes têm sido muito procurados por estrangeiros que querem ser imigrantes em Portugal, mas também por imigrantes em situação irregular que, enquanto estudantes, podem solicitar autorização de residência.

“Os nossos formandos podem matricular-se presencialmente ou no WhatsApp. Muitos se matriculam quando ainda estão no Brasil. Como a nossa formação é certificada, cumprem os critérios para solicitar o visto”, disse.

Higor Cerqueira reconhece que este é “um caminho para conseguir o visto”, mas destaca a importância destas comunidades de imigrantes obterem uma formação que seja uma mais-valia na altura de procurar emprego, ou mudar para um melhor.

E garantiu que os alunos frequentam as formações e que a AIMA se assegura disso mesmo, solicitando sempre que entendem provas das frequências dos cursos.

A Lusa solicitou um pedido de esclarecimento à AIMA sobre o recurso a estas formações como porta de entrada em Portugal e se a participação dos alunos nas formações é fiscalizada, mas não obteve em tempo útil qualquer resposta.

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