Lucro dos cinco principais bancos em Portugal recua 0,4% até junho para 2.609 milhões

Os cinco maiores bancos a operar em Portugal tiveram lucros de 2.609 milhões de euros até junho, uma redução de 0,4% em termos homólogos.

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Assim, os lucros acumulados de Caixa Geral de Depósitos (CGD), Santander Totta, Millennium BCP, Novo Banco e BPI caíram 10,6 milhões de euros face aos registados há um ano.

Para esta evolução continuou a contribuir a evolução da margem financeira, que diz respeito à diferença entre os juros cobrados nos empréstimos e os juros pagos nos depósitos e que nos primeiros seis meses representou 4.425 milhões de euros nestes cinco bancos.

Face ao mesmo período do ano passado, são menos 349 milhões de euros, ou 7,31%.

Entre os cinco bancos, BPI e Santander viram uma redução dos seus lucros em, respetivamente, 16% e 8%, para 274,5 milhões de euros e 503,9 milhões de euros.

A justificação dada pelos seus presidentes prendeu-se com a redução da margem financeira e com os impactos da redução das taxas de juro.

Os lucros do Novo Banco avançaram, 17,5% para 434,9 milhões de euros, também impulsionados pelo efeito de base provocado há um ano, com os custos relacionados com a mudança de sede (30 milhões de euros).

Com crescimentos mais modestos, o BCP avançou 3,5%, para 502,3 milhões de euros. Para este lucro, a instituição liderada por Miguel Maya contou com um reforço de 146,6 milhões de euros na atividade internacional, apesar das condicionantes relacionadas com os créditos em francos suíços.

Já no banco público, a subida de 0,44% para 893,2 milhões de euros deveu-se, em parte, à reversão de provisões e imparidades, que representaram um alívio de 142 milhões de euros face aos resultados do ano passado.

A política monetária para o controlo de inflação depois da pandemia da covid-19 e agravada pela invasão russa da Ucrânia acabou por cumprir o seu propósito, com a taxa que mede a variação de preços nos consumidores a manter-se nos 2,0% em julho, segundo o Eurostat, em linha com a meta do Banco Central Europeu (BCE).

À semelhança do registado no final do primeiro trimestre, e com o alívio das taxas de juro, as margens financeiras têm espelhado essa evolução, recuando em quatro dos cinco bancos – coma a exceção a ser, novamente, o BCP.

Até junho, a margem financeira do BCP cresceu 3,3%, para 1.444 milhões de euros, à boleia da atividade na Polónia. Já nos outros bancos, apenas o Novo Banco baixou menos de 10% (6,1%).

No primeiro semestre, as margens financeiras de BPI e CGD recuaram, respetivamente, 10,1% e 10,0%, para 1.284 milhões de euros e 442 milhões de euros, enquanto o Santander registou uma quebra de 19,3%, para 695,7 milhões de euros.

Quanto aos trabalhadores e agências, os cinco maiores do setor bancário em Portugal contavam 25.375 funcionários e 1.829 balcões em território nacional. Em termos homólogos, são menos 26 trabalhadores e menos oito balcões.

No final de junho, o Millennium BCP era o banco com mais funcionários (6.224), seguindo-se CGD (5.992), Santander (4.673), BPI (4.354) e Novo Banco (4.132).

Em termos homólogos, isto representa quebras no número de trabalhadores de Novo Banco (-107), CGD (-75) e BCP (-50) e subidas no BPI (99) e Santander (107).

Em termos de agências, estes bancos contavam com 1.829 espaços no final do semestre, numa redução de oito em termos líquidos.

A Caixa manteve-se nos 512 de há um ano, o Novo Banco aumentou em um para 291, enquanto tanto BCP, como Santander Totta recuaram em dois o número de espaços em Portugal, para 396 e 327. O BPI contava, em 30 de junho, com 303 espaços, menos cinco do que na mesma data de 2024.

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