O partido de Le Pen vai votar contra o primeiro-ministro na próxima segunda-feira, juntamente com as restantes formações partidárias da oposição francesa.
Le Pen e o presidente do RN, Jordan Bardella, reuniram-se hoje com François Bayrou.
A líder do RN rejeitou as tentativas do primeiro-ministro de negociar o Orçamento do Estado.
As consultas de Bayrou com os líderes partidários começaram na segunda-feira e vão prolongar-se até à quinta-feira, quando os socialistas visitarem a residência oficial em Matignon, Paris.
Em declarações aos jornalistas, Marine Le Pen disse que o primeiro-ministro já teve a oportunidade de aprovar o Orçamento do Estado quando anunciou os planos governamentais para um ajustamento de quase 44 mil milhões de euros, a 15 de julho.
“Se ele queria realmente ouvir as reivindicações dos vários partidos políticos, devia tê-lo feito em julho e não agora como forma de negociação”, sublinhou Le Pen.
Bayrou convocou um voto de confiança para 08 de setembro na Assembleia Nacional sobre a necessidade de ajustamentos de 44 mil milhões de euros, mas a oposição anunciou que vai votar contra.
Caso se confirmem os votos contra, o primeiro-ministro centrista deve demitir-se imediatamente, de acordo com os partidos da oposição.
Macron — que tem repetidamente descartado a demissão, como a esquerda e o RN exigem — tem de decidir se pretende nomear outro primeiro-ministro que consiga o apoio da Câmara dos Representantes ou convocar eleições legislativas antecipadas.
Da mesma forma, Jordan Bardella sublinhou que “discorda totalmente” das medidas que o primeiro-ministro centrista propôs para o plano de austeridade que considerou anedótico e prejudicial.
O RN sugeriu, em particular, cortes nas despesas públicas com a imigração, estimando que desta forma podem ser poupados “vários milhões de euros”.
O partido defendeu também cortes na contribuição da França para a UE.
Neste sentido, Le Pen insistiu que os franceses devem ser chamados às urnas para que “a nova maioria que emergir destas eleições” possa elaborar um orçamento.
Bardella reiterou a mesma posição, afirmando que quanto “mais depressa” se realizarem eleições “mais depressa a França terá um orçamento”.
O vice-presidente do RN, Sébastien Chenu, afirmou que as sondagens sugerem que a direita pode alcançar a “maioria absoluta”, graças ao “colapso” do bloco central.
Da mesma forma, os ambientalistas e o partido França Insubmissa (LFI), de Jean-Luc Mélenchon, declararam que não pretendem comparecer nas audiências com o primeiro-ministro.