Fungo resistente a medicamentos com propagação rápida nos hospitais europeus

O Centro Europeu de Prevenção e Controlo das Doenças (ECDC) alertou hoje para a rápida propagação nos hospitais do fungo resistente a medicamentos Candidozyma auris e pediu que sejam tomadas medidas para travar a sua disseminação.

© D.R.

Em comunicado, o ECDC indica que, entre 2013 e 2023, foram registados mais de 4000 casos nos países da UE/EEE (inclui a Islândia, o Liechtenstein e a Noruega), destacando “um salto significativo” em 2023, ano em que foram divulgados 1346 casos em 18 países.

Salienta assim “a importância da deteção precoce e do controlo da transmissão para evitar a disseminação rápida e generalizada” do Candidozyma auris (C. auris, anteriormente Candida auris).

De acordo com o inquérito de 2024 da agência da União Europeia (UE) para identificar as ameaças para a saúde devido a doenças, “o número de casos está a aumentar, os surtos estão a crescer em escala e vários países dão conta de uma transmissão local contínua”.

Aquele último estudo do centro sobre o fungo assinala também “lacunas na vigilância e na preparação para o controlo de infeções”.

Propagando-se geralmente em instalações de saúde, o C. auris é “frequentemente resistente a medicamentos antifúngicos e pode causar infeções graves em doentes críticos”, sendo o seu controlo bastante difícil devido à “capacidade de persistir em diferentes superfícies e equipamentos médicos e de se espalhar entre doentes”.

Representa assim “uma séria ameaça para os doentes e para os sistemas de saúde”, sublinha o ECDC.

“O C. auris espalhou-se em apenas alguns anos – desde casos isolados até se generalizar em alguns países. Isto mostra a rapidez com que se pode estabelecer nos hospitais”, disse Diamantis Plachouras, chefe da equipa de Resistência Antimicrobiana e Infeções associadas aos cuidados de saúde do ECDC, citado no comunicado.

“Mas isso não é inevitável”, acrescentou, assinalando que “a deteção precoce e o controlo rápido e coordenado da infeção podem ainda prevenir novas transmissões”.

Espanha, Grécia, Itália, Roménia e Alemanha foram os países com a maioria dos casos ao longo da década, tendo sido registados “surtos recentes no Chipre, França e Alemanha, enquanto a Grécia, Itália, Roménia e Espanha indicaram que já não conseguem distinguir surtos específicos devido à ampla disseminação regional ou nacional”.

“Em vários destes países, a transmissão local sustentada ocorreu apenas alguns anos após o primeiro caso documentado”, segundo o ECDC, que considera existir um “período decisivo para intervenções precoces de forma a travar a propagação” do fungo.

O organismo europeu refere que alguns países demonstraram “resultados positivos na limitação de surtos de C. auris”, chamando a atenção para a existência de “lacunas importantes” em muitos outros.

“Apesar do aumento do número de casos, apenas 17 dos 36 países participantes possuem atualmente um sistema nacional de vigilância para o C. auris” e “apenas 15 desenvolveram orientações nacionais específicas para a prevenção e controlo de infeções”.

Alerta ainda que o facto de não existir “vigilância sistemática e notificação obrigatória” significa que podem existir mais casos não divulgados.

No período entre 2013 e 2023, Portugal registou apenas quatro casos de C. auris em 2023, enquanto a Espanha e a Grécia divulgaram 1807 e 852, respetivamente.

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