Gangues mataram mais de 16 mil pessoas em três anos no Haiti

Mais de 16 mil pessoas morreram no Haiti nos últimos três anos em resultado de violência armada, alertaram hoje as Nações Unidas (ONU) sobre aquele país caribenho, acrescentando que "o pior está para vir".

© Facebook da United Nations

“O número de vítimas humanitárias é assustador: metade da população – seis milhões de pessoas, incluindo 3,3 milhões de crianças – precisa de assistência humanitária”, disse o Alto-Comissário da ONU para os Direitos Humanos, o austríaco Volker Türk, ao Conselho dos Direitos Humanos, em Genebra.

O Haiti é o país mais pobre das Américas e é dominado por grupos criminosos acusados de milhares de assassínios, violações e sequestros.

“Mais de 16 mil pessoas foram mortas e cerca de sete mil ficaram feridas em atos de violência armada desde 01 de janeiro de 2022, quando começámos a monitorizar a violência relacionada com os gangues”, destacou Türk.

Há um recorde de 1,3 milhões de pessoas deslocadas e refugiadas no interior da ilha partilhada com a República Dominicana, avisara a ONU em junho, numa nação quase desde sempre a viver uma grande instabilidade política e económica.

A antiga colónia francesa nasceu da Revolução Haitiana, a primeira e única protagonizada por escravos que deu origem a uma nação independente, no início do século XIX.

Türk saudou a autorização de terça-feira pelo Conselho de Segurança da ONU para a passagem da missão internacional de apoio à polícia haitiana a uma força mais robusta de combate à bandidagem.

Esta nova força vai contar ainda com “um gabinete de apoio da ONU”, uma ideia sugerida há vários meses pelo secretário-geral das Nações Unidas, o antigo primeiro-ministro português António Guterres.

A referida Missão Multinacional de Apoio à Segurança (MMAS) atua maioritariamente na capital, Porto Príncipe, foi constituída em 2023 e é liderada pelo Quénia, embora conte com um efetivo de apenas mil agentes face aos 2.500 inicialmente projetados.

“Desde março, o governo [do Haiti] intensificou a utilização de ‘drones’ com explosivos nas suas operações anti-gangues. A meio de setembro, estes contra-ataques tinha causado a morte de pelo menos 559 pessoas, 11 delas crianças”, continuou Türk, frisando que a maior parte destas ações são, “provavelmente, ilegais”.

As unidades locais de polícia especial executaram sumariamente 174 pessoas, só este ano, por suspeita de pertença a gangues.

O advogado austríaco mostrou-se também “profundamente” preocupado com o facto de o denominados grupos de vigilantes civis e multidões espontâneas tenham assassinado mais de 500 membros daqueles grupos armados de criminosos, alegadamente com a ajuda de elementos da polícia.

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