O voto será igualmente dirigido ao Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, cuja atuação Ventura classificou como “indigna” e “vergonhosa” para Portugal.
“Depois das intervenções de vários responsáveis políticos e mediáticos de Angola fiquei ainda mais certo das palavras que usei”, afirmou, acusando setores angolanos de procurarem “humilhar e atacar o povo português”.
O líder do CHEGA insistiu que Portugal deve “orgulhar-se da sua história” e sublinhou que o país “deu um grande contributo para o mundo inteiro”. Considerou que, quando Portugal “se verga” perante acusações vindas do exterior, “está no caminho errado”.
Ventura dirigiu duras críticas ao Presidente da República, classificando Marcelo Rebelo de Sousa como “fraco e cobarde” pela forma como reagiu ao discurso de João Lourenço, no qual o chefe de Estado angolano evocou séculos de colonialismo e escravatura.
“A reação que não devemos ter é ficar calados e aos abraços quando uma televisão pública financiada com dinheiro dos angolanos nos humilha”, afirmou.
Quanto ao regime angolano, Ventura voltou a acusar João Lourenço de liderar um sistema marcado por décadas de corrupção, responsável, segundo disse, pelo estado atual do país. “A culpa do que se passa em Angola é da corrupção que alimentou os regimes que ainda existem. A elite abastada tenta justificar com os portugueses aquilo que se passa. O povo angolano sabe disto”, afirmou, acrescentando que Portugal “não é responsável” pela situação atual do país africano.
O líder do CHEGA rejeitou igualmente críticas de responsáveis angolanos às eleições presidenciais portuguesas de dia 18 de janeiro. “Não posso aceitar que o Governo de Angola diga como devem votar os portugueses. Quem decidirá no dia 18 serão os portugueses, não os angolanos”, declarou.
Ventura afirmou ainda que continuará a denunciar o que considera ser uma leitura distorcida do passado português. “Portugal tem nove séculos de história em todo o mundo. Ou assumimos isso ou somos uma nação falhada. Contem comigo para dizer a verdade”, disse.
O voto de condenação será entregue no parlamento nos próximos dias e deverá incluir tanto o discurso de João Lourenço como a postura de Marcelo Rebelo de Sousa em Luanda, que Ventura classificou como “um ato de humilhação, complacência e cumplicidade”.