Conversas de Santos Silva eliminadas da base de dados do Parlamento por ordem do próprio

Foram dadas, esta quinta-feira, ordens diretas para se proceder a remoção de todos os registos de vídeo e áudio de conversas oficiosas do Presidente da Assembleia da República (PAR), no seguimento da publicação de um vídeo na ARTV (canal oficial do parlamento) que foi posteriormente divulgado pelo jornal online ‘Observador’.

As imagens revelam uma conversa entre Augusto Santos Silva, António Costa e Marcelo Rebelo de Sousa que, entre outros deputados do PS e PSD, comentaram a postura de alguns partidos na sessão de boas-vindas ao Presidente da República do Brasil.
O pedido de remoção foi feito pelo próprio Augusto Santos Silva através do seu Secretário-Geral.

No vídeo, Santos Silva acusou a Iniciativa Liberal de “falta de integridade política” e, com algum riso, refere que “aquilo não foi nada”, referindo-se à ausência da bancada parlamentar na sessão solene de receção a Lula da Silva. As hostilidades continuaram quando Santos Silva apontou que “há quem faça pior”, referindo-se ao protesto do CHEGA em plenário. António Costa acrescenta que Lula da Silva está habituado ao calor, gracejando que no Brasil até no inverno faz calor. Marcelo Rebelo de Sousa entra em conversa com algumas afirmações de concordância.

Fonte próxima dos serviços da Assembleia da República denunciaram este comunicado do Secretário-Geral do PAR e afirma que este foi rececionado com nervosismo e contou com a agitação e gritaria entre as chefias de gabinete dos demais departamentos da Assembleia da República.

Santos Silva já negou ter-se referido aos respetivos partidos em tais termos, sendo altamente criticado pelo Presidente da IL, Rui Rocha, que acusou o PAR de adotar uma “conversa de café”, atitude que não favorece um Presidente da Assembleia da República. Já o CHEGA condenou as atitudes “vingativas e infantis” de Santos Silva e promete agir judicialmente contra o próprio.

Últimas de Política Nacional

O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, vetou hoje os decretos da lei da nacionalidade, na sequência das inconstitucionalidades decretadas pelo Tribunal Constitucional, devolvendo-os à Assembleia da República.
O candidato presidencial Luís Marques Mendes divulgou hoje uma lista com os 22 clientes da sua empresa, na qual se encontram prestações de serviços em consultoria, comentários e participações em conferências, e que inclui a construtora de Famalicão Alberto Couto Alves.
A Autoridade Tributária classificou como “antiga” uma moradia reconstruída em 2024 pertencente ao ministro da Presidência, António Leitão Amaro, permitindo-lhe pagar menos de metade do IMI devido.
Luís Marques Mendes encerrou a sua empresa familiar e mantém silêncio sobre clientes, contactos e serviços que lhe renderam centenas de milhares de euros.
Foi distinguido oficialmente pelo Estado, elogiado em Diário da República pela ex-ministra da Justiça e apresentado como um quadro exemplar da governação. Meses depois, Paulo Abreu dos Santos está em prisão preventiva, suspeito de centenas de crimes de pornografia de menores e de abusos sexuais contra crianças.
O presidente da Assembleia da República decidiu hoje não remeter ao Ministério Público o caso da adulteração da assinatura da deputada socialista Eva Cruzeiro, considerando não atingir o patamar de crime, embora se trate de ato censurável.
André Ventura defende hoje em tribunal que os cartazes que visam os ciganos são uma mensagem política legítima cujas exceções ou retirada representaria um “precedente gravíssimo” e que os autores da ação pretendem um “julgamento político” da sua atividade.
O candidato presidencial André Ventura afirmou que Luís Marques Mendes está “condicionado”, considerando que as verbas recebidas pelos concorrentes a Belém como consultores não são uma questão menor.
A averiguação preventiva à Spinumviva, empresa da família do primeiro-ministro Luís Montenegro, foi arquivada na terça-feira, anunciou hoje a Procuradoria-Geral da República (PGR).
A Polícia Judiciária entrou esta terça-feira na Câmara de Mirandela e em empresas privadas para investigar alegadas ilegalidades em contratos urbanísticos. O processo envolve crimes de prevaricação e participação económica em negócio, com seis arguidos já constituídos.