Parlamento russo ameaça confiscar bens de cidadãos que saíram do país

O presidente do Parlamento russo, Viacheslav Volodin, ameaçou hoje confiscar os bens dos russos que abandonaram o país e que “se permitem denegrir publicamente a Rússia”.

“O objetivo dessas pessoas é (…) tentar preservar o seu bem-estar no estrangeiro”, onde “vivem confortavelmente” graças à Rússia e aos rendimentos que recebem do país, escreveu o presidente do Parlamento russo (Duma) na plataforma Telegram.

Volodin acusou ainda “os canalhas que partiram” de “denegrirem a Rússia, os seus habitantes e os seus soldados, e apoiarem abertamente bandidos, nazis e assassinos”.

A ofensiva militar lançada a 24 de fevereiro pela Rússia na Ucrânia foi justificada pelo Presidente russo, Vladimir Putin, com a necessidade de “desnazificar” e desmilitarizar a Ucrânia para segurança da Rússia.

Volodin defendeu que as declarações contra o país e os seus militares podem ser consideradas como “apelo ao extremismo, reabilitação do nazismo ou desacreditação das Forças Armadas”, crimes contemplados no Código Penal russo.

“Como mostra a prática, as medidas de resposta existentes [para esses crimes] são insuficientes”, lamentou o dirigente russo.

“Seria conveniente incluir nos respetivos artigos do código penal a apreensão dos bens que os patifes possuem na Rússia, que sejam suficientes para compensar os danos causados”, sublinhou Volodin.

Segundo estimativas, centenas de milhares de russos terão abandonado o país, sobretudo no outono, depois de o Kremlin ter anunciado a mobilização de centenas de milhares de homens em idade de combate.

Em dezembro, o ministro do Desenvolvimento Digital, Maksut Shadayev, admitiu que cerca de 100 mil profissionais de tecnologias de informação da Rússia, ou 10% do total, deixaram o país em 2022.

Estas partidas suscitaram preocupações sobre uma fuga de cérebros que poderia criar escassez de trabalhadores no setor de alta tecnologia, que requer pessoal altamente qualificado.

A invasão russa causou a fuga de mais de 14 milhões de pessoas – 6,5 milhões de deslocados internos e mais de 7,9 milhões para países europeus -, de acordo com os mais recentes dados da ONU, que classifica esta crise de refugiados como a pior na Europa desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).

Neste momento, 17,7 milhões de ucranianos precisam de ajuda humanitária e 9,3 milhões necessitam de ajuda alimentar e alojamento.

A invasão foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que tem respondido com envio de armamento para a Ucrânia e imposição à Rússia de sanções políticas e económicas.

A ONU apresentou como confirmados desde o início da guerra 6.919 civis mortos e 11.075 feridos, sublinhando que estes números estão muito aquém dos reais.

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