O PSD entrou em desespero, Montenegro e companhia perceberam que muito provavelmente, o poder lhes cairá nas mãos, mas nem a bagunça interna, nem o elefante no meio da sala (André Ventura – CHEGA) lhes dão margens de manobra.
O PSD sabe que tem um líder “estranho” ao corpo parlamentar, um general sem tropas no terreno.
A juntar com o sentimento de traição a pairar no ar, nada ajuda a acalmar as hostes.
É pena que a convulsão provocada dentro do Partido Socialista não tenha ajudado a rebater com eficácia as cartas à Direita.
O PSD tornou-se, a seguir a Pedro Passos Coelho, num aglomerado de barões sem títulos e de “habitués” à regência sem poder.
Luís Montenegro revelou ser mais um oportunista que soube muito bem fazer-se de morto, atravessou um deserto maior do que o Sahara para quando visse um oásis, morresse antes de lá chegar.
Uma estória de liderança que não muda de rumo, nem que o país esteja à ferro e fogo!
O apoio incondicional, cego e de suposta “responsabilidade” que o PSD tem dado de bandeja à António Costa é algo abominável numa jovem Democracia como a nossa:
Todos estamos recordados da gestão desastrosa em tempos de pandemia, do fim dos debates quinzenais e “boicotes” de iniciativas legislativas que tenham a chancela do partido de André Ventura.
O antigo líder social-democrata por “engano” (e que mais se identifica como socialista), Rui Rio, chegou a admitir conversar com outro líder do CHEGA que não o Ventura, só por se tratar do maior fenómeno político dos últimos 20 anos.
E com isso estamos entendidos.
A isso acresce o facto de o PSD saber que com o CHEGA não há tibiezas nem “mas”, ou “meio mas”.
Connosco é sim ou sopas:
– Sim ou sopas sobre a Eutanásia;
– Sim ou sopas sobre o aumento de penas para crimes violentos e reincidência;
– Sim ou sopas sobre a perversidade nas políticas de subsídios do Estado à quem não quer fazer absolutamente nada;
– Sim ou sopas sobre as quotas de imigração e integração europeia;
– Sim ou sopas sobre a TAP;
– Sim ou sopas sobre alterações que se impõem, “malgrès tout”, à Constituição da República Portuguesa;
– Sim ou sopas sobre a melhoria de condições para polícias e militares;
– Sim ou sopas sobre o orgulho nacional, que deve ser saudavelmente preservado dos ataques civilizacionais que o Bloco, o LIVRE, o PAN, a IL e os comunistas têm feito, etc.
A lista é longa e não acaba nas premissas atrás apresentadas. Por essa razão, o PSD terá mesmo de rezar para que o povo se esqueça das amizades, conivências e cumplicidades entre os próprios e os socialistas ao longo dos últimos 50 anos.
Sem isso, não vão lá, e terão mesmo de nos gramar, der por onde der, porque o povo é soberano.
Seria bom que os portugueses não se esquecessem de tudo o que passaram nos últimos anos, quando forem chamados a decidir de novo sobre o futuro.
O CHEGA, por seu lado, nunca se coibiu de lançar desafios, nem deixou de apontar o dedo aos sociais-democratas, liberais ou centristas (quando ainda contavam para o cálculo político) porque quer estar pronto para servir Portugal e os portugueses.
Talvez seja esta a oportunidade de uma geração afortunada pelo ocaso, poder mudar de rumo uma vez por todas.
Esse é o realismo que a situação vigente obriga, e não há nada a fazer, a não ser que Cristo desça à terra e acabe com a bandalheira em que nos deixaram os que têm governado desde Abril de 74.