O secretário-geral da NATO, Jens Stoltenberg, pediu hoje à Turquia para ratificar “agora” a adesão da Finlândia e da Suécia à organização, cujas candidaturas à Aliança Atlântica estão bloqueadas desde maio por Ancara.
“Já está na hora de dar as boas-vindas à Finlândia e à Suécia como membros da NATO” (Organização do Tratado do Atlântico Norte), afirmou Stoltenberg durante uma conferência de imprensa conjunta com o ministro dos Negócios Estrangeiros da Turquia, Mevlut Cavusoglu.
O secretário-geral da NATO, que está hoje na Turquia para visitar as zonas afetadas pelo sismo da semana passada, vai também encontrar-se com o Presidente turco, Recep Tayyip Erdogan.
O apelo lançado por Stoltenberg foi feito um dia depois de os Estados Unidos terem defendido a mesma ideia.
Na quarta-feira, o secretário da Defesa dos EUA, Lloyd Austin, afirmou esperar que a Suécia e a Finlândia se tornem membros da NATO quando se realizar a cimeira da Aliança Atlântica em Vilnius, entre 11 e 12 de julho.
O momento e a forma da adesão vai depender dos líderes da Turquia e da Hungria, os dois membros da Aliança que ainda não ratificaram a entrada da Finlândia e da Suécia, referiu o secretário da Defesa norte-americano, admitindo saber que os líderes daqueles países estão a promover a ratificação.
A Finlândia e a Suécia “estão prontas para aderir [à NATO] já”, garantiu.
“São dois países altamente capazes, que vão trazer muito valor à Aliança assim que entrarem. Treinámos com eles no passado e eles investiram muito em modernização, portanto, vão trazer muito para a mesa”, explicou.
A Finlândia e a Suécia, países tradicionalmente neutros, candidataram-se juntas, no ano passado, a membros da NATO, na sequência da invasão da Ucrânia pela Rússia.
A Hungria e a Turquia são os dois únicos membros da Aliança que ainda não ratificaram a adesão de Estocolmo e de Helsínquia, embora se espere que Budapeste dê o seu aval em breve.
Ancara indicou, em várias ocasiões, que não se opõe à entrada da Finlândia na Aliança, mas suspendeu as negociações com a Suécia, acusando o país de permitir manifestações pró-curdas e a queima de uma cópia do Corão, o livro sagrado dos muçulmanos, em solo sueco.
A Turquia também criticou a Suécia por não extraditar indivíduos acusados de pertencerem a organizações curdas declaradas por Ancara como grupos terroristas.