Parlamento reaprecia diploma sobre morte medicamente assistida no dia 31 de março

©D.R.

O diploma sobre a morte medicamente assistida vai ser reapreciado em plenário da Assembleia da República no dia 31 de março, decidiu hoje a conferência de líderes.

O anúncio foi feito pela porta-voz da conferência de líderes, a deputada socialista Maria da Luz Rosinha, em declarações aos jornalistas no final da reunião da conferência de líderes. No mesmo dia, o texto será sujeito a votação.

Pelo PS, o líder parlamentar, Eurico Brilhante Dias, afirmou que os partidos proponentes das iniciativas que servem de base ao texto final entendem que existem condições para concluir as alterações na próxima semana, respondendo “fundamentalmente a dois aspetos suscitados pelo Tribunal Constitucional”.

Questionado sobre se está confiante de que será desta que o texto que sair do parlamento será transformado em lei, o socialista respondeu: “Claro”.

“Não quero emitir opinião sobre decisões que são legítimas de outros órgãos de soberania. (…) É evidente que a confiança que tenho também a tinha da última vez que votei o diploma. A confiança que tenho é que em função das questões suscitadas temos capacidade e possibilidade de responder de forma dequada”, acrescentou.

Também o líder parlamentar do BE, Pedro Filipe Soares, salientou que os grupos parlamentares estão a trabalhar para ter um texto pronto na próxima semana “capaz de responder às questões colocadas pelo TC no último acórdão”.

“Acreditamos que este último passo vai tornar a lei melhor, mais robusta e vai garantir que as dúvidas lançadas pelo TC ficarão sanadas”, completou.

No final de janeiro, o Tribunal Constitucional (TC) declarou inconstitucionais algumas das normas do decreto que pretendia regular a morte medicamente assistida, em resposta ao pedido de fiscalização preventiva do Presidente da República.

O TC considerou que foi criada “uma intolerável indefinição quanto ao exato âmbito de aplicação” do decreto, concluindo que, ao caracterizar a tipologia de sofrimento em “três características («físico, psicológico e espiritual») ligados pela conjunção “e”, são plausíveis e sustentáveis duas interpretações antagónicas deste pressuposto”.

Na opinião dos juízes do Palácio Ratton, o legislador “fez nascer a dúvida, que lhe cabe clarificar, sobre se a exigência é cumulativa (sofrimento físico, mais sofrimento psicológico, mais sofrimento espiritual) ou alternativa (tanto o sofrimento físico, como o psicológico, como o espiritual)”.

Contudo, no mesmo acórdão, o TC considerou constitucionais as definições de “doença grave e incurável” e de “lesão definitiva de gravidade extrema” contidas naquele decreto, conceitos que tinham suscitado dúvidas ao Presidente da República.

A Assembleia da República vai ter de aprovar pela quarta vez uma lei sobre a morte medicamente assistida, tema que já foi travado por duas vezes após inconstitucionalidades detetadas pelo TC e uma outra através de um veto político do Presidente da República.

Últimas de Política Nacional

O Tribunal Judicial da Comarca de Lisboa recusou o pedido de Luís Montenegro para a retirada dos cartazes do CHEGA em que o primeiro-ministro aparece ao lado do ex-chefe do Governo socialista José Sócrates associado ao tema da corrupção.
O cabeça de lista do CHEGA pelo círculo de Braga, Filipe Melo, criticou hoje os "partidos híbridos, que ninguém percebe o que são", e disse querer "acabar com o socialismo" e eleger mais deputados pelo distrito.
O presidente do CHEGA, André Ventura, afirmou hoje que o seu partido "nunca será muleta de ninguém" e acusou BE e IL de prometerem rejuvenescimento, mas terem ido buscar os seus candidatos "ao mesmo baú de sempre".
O presidente do CHEGA, André Ventura, disse hoje esperar que o novo Papa seja "um sinal de esperança" e de reforma e considerou que Leão XIV pode seguir os passos de Francisco numas causas, mas diferenciar-se noutras.
O líder do CHEGA foi recebido em Braga com um novo protesto de elementos da comunidade cigana, cerca de 20 pessoas que cuspiram e acusaram André Ventura e os elementos do partido de serem "fascistas e racistas".
O presidente do CHEGA fez hoje um apelo direto ao voto e pediu aos eleitores que não fiquem em casa no dia 18 de maio, afirmando que o partido tem “uma oportunidade histórica” de vencer as eleições legislativas.
Um grupo de pessoas de etnia cigana acusou hoje o líder do CHEGA de ser racista, com André Ventura a responder que "têm de trabalhar" e "cumprir regras".
André Ventura foi dos primeiros políticos a comentar nas redes sociais o "apagão" elétrico de 28 de abril e as suas publicações atingiram mais de 940 mil visualizações.
Investigadores do MediaLab do ISCTE consideram que a “ausência de comunicação institucional eficaz” por parte do Governo contribuiu para a especulação e para a difusão de desinformação relativamente às causas do apagão.
O presidente do CHEGA, André Ventura, considerou hoje que o Governo deveria ter começado a negociar mais cedo com os sindicatos que representam os trabalhadores do setor ferroviário, podendo evitar a greve.