A investigação à fuga de informação protagonizada por Jack Teixeira está focada nas falhas de segurança que lhe permitiram alegadamente remover os documentos de nível ultrassecreto da base da Guarda Nacional de Massachusetts, assegurou o secretário norte-americano de Defesa, Lloyd Austin.
A idade de Teixeira (21 anos) tem levantado a questão de como os Estados Unidos poderiam dar a alguém tão jovem acesso a informação confidencial, mas para o Pentágono, a idade não é o problema, disse Austin a jornalistas que viajaram na sua comitiva para a Suécia.
“A grande maioria dos nossos militares é jovem”, disse o secretário norte-americano.
Os documentos divulgados expuseram ao mundo avaliações secretas sobre a guerra da Rússia na Ucrânia, as capacidades e interesses geopolíticos de outras nações e outras questões de segurança nacional.
Teixeira foi acusado na sexta-feira, num tribunal federal em Boston, de remoção e retenção não autorizadas de informações classificadas e de defesa nacional.
O jovem deveria ficar hoje a saber se continuaria detido até ao início do julgamento, numa nova audiência no mesmo tribunal, mas que acabou adiada apenas algumas horas antes do seu início.
O juiz norte-americano David Hennessy ordenou um adiamento de cerca de duas semanas da audiência, para permitir que os advogados de defesa de Teixeira tenham mais tempo para responder ao pedido do Governo para que o jovem permaneça detido.
Apesar do adiamento, uma “audiência preliminar” foi realizada na manhã de hoje, na qual Jack Teixeira compareceu algemado e com o uniforme laranja usado nas prisões norte-americanas, segundo a agência Associated Press.
Nesta breve aparição, o jovem apenas respondeu “sim” e “não” a perguntas sobre se entendia os seus direitos e o processo, tendo deixado o tribunal pouco tempo depois.
Também o padrasto de Jack Teixeira esteve presente, mas abandonou o tribunal sem falar com a imprensa no local, juntamente com o defensor público federal atribuído ao jovem.
Teixeira, um membro da Guarda Aérea Nacional de Massachusetts, permanecerá detido enquanto aguarda a sua próxima audiência no tribunal em cerca de duas semanas, apesar de ainda não existir uma data definida.
Na Suécia, onde Austin se encontrou com o ministro da Defesa sueco, Pal Jonson, numa demonstração de apoio à candidatura daquele país à NATO, a questão da fuga de informação não terá sido levantada.
“Posso apenas dizer que existe uma boa cooperação de inteligência entre a Suécia e os Estados Unidos”, disse Jonson.
“Temos a certeza absoluta do compromisso dos Estados Unidos em lidar com a situação”, acrescentou o ministro sueco.
A Força Aérea norte-americana está a investigar como é que um aviador poderia isoladamente ter acesso e distribuir centenas de documentos altamente confidenciais.
Enquanto decorrem as investigações, foi suspenso o serviço de informações da unidade onde ocorreu a fuga de informação e onde Jack trabalhava, disse a liderança da Força Aérea na terça-feira.