Ventura diz que Galamba não tem condições para continuar no cargo

© Folha Nacional

O líder do CHEGA, André Ventura, considerou que o ministro das Infraestruturas, João Galamba, já não tem condições para continuar no cargo devido ao caso que levou à exoneração do seu adjunto Frederico Pinheiro.

“Isto é muito grave e, sendo verdade, o ministro não tem quaisquer condições para continuar”, afirmou André Ventura, em declarações aos jornalistas à margem de um jantar com apoiantes em Moura, no distrito de Beja.

O presidente do CHEGA falava sobre a exoneração de Frederico Pinheiro, que, entretanto, acusou João Galamba de querer omitir informação à comissão de inquérito à TAP sobre a “reunião preparatória” com a anterior presidente executiva da companhia.

Nas declarações aos jornalistas, Ventura antecipou que, nos próximos dias, haverá “um vazamento de informação constante” sobre o caso que “só vai fragilizar dia após dia o ministro das Infraestruturas”, lembrando que se aproximam os processos de privatização da TAP e da escolha do novo aeroporto de Lisboa.

“Precisávamos de um ministro com credibilidade, sobretudo, com autoridade política e este ministro já perdeu essa credibilidade e essa autoridade e acho que o melhor que fazia para ele e para a república era sair”, assinalou.

Para André Ventura, o Governo do PS adotou, neste caso, a “mesma política de passar culpas a terceiros”, ou seja, “a culpa é sempre do motorista, do adjunto, do secretário e nunca é do próprio ministro”.

“Ficou claro que o ministro sabia e queria aquela reunião, de tal forma que disse que foi a CEO [presidente executiva] da TAP que tinha pedido essa reunião e, agora, vir dizer que a responsabilidade foi de um adjunto é um pouco estranho”, realçou.

Assinalando que é “uma incoerência” em relação ao que o Governo tinha dito e “mais uma mentira”, o líder do CHEGA sustentou que “este episódio é grave”, pois “mete informações guardadas por assessor e envolveu a Polícia Judiciária”.

“Não sabemos se não envolveu outras agências do Estado e, aparentemente, o assessor em causa disse que João Galamba quis que se mentisse à comissão de inquérito”, disse, insistindo que “o ministro não tem quaisquer condições para continuar”.

Sobre a audição do adjunto exonerado na comissão parlamentar de inquérito (CPI) à TAP, já pedida pelo CHEGA, Ventura sustentou que “se é para descobrir a verdade, então, essa verdade tem que ser descoberta no parlamento”.

“Isto é um Governo em acelerada decomposição”, salientou, criticando o primeiro-ministro por ainda não ter falado sobre estes casos e se “refugiar num formalismo que é esperar pelo fim da comissão de inquérito”.

O presidente do CHEGA considerou que o Presidente da República “deve estar numa posição também muito desconfortável”, pois “sabe que, mais cedo ou mais tarde, a continuar assim, vai ter que tomar decisões difíceis e difíceis para a república também”.

O adjunto exonerado do ministro João Galamba, Frederico Pinheiro, acusou o Ministério das Infraestruturas de querer omitir informação à comissão de inquérito à TAP sobre a “reunião preparatória” com a ex-CEO.

Entretanto, em comunicado, o ministro das Infraestruturas negou “categoricamente” as acusações do adjunto exonerado, referindo ainda que, “pelo contrário”, “toda a documentação solicitada pela CPI foi integralmente facultada”.

Últimas de Política Nacional

O CHEGA voltou a bater de frente com o Governo após o novo chumbo ao aumento das pensões. O partido acusa o Executivo de “asfixiar quem trabalhou uma vida inteira” enquanto se refugia na “desculpa eterna do défice”.
O Ministério Público instaurou um inquérito depois de uma denúncia para um “aumento inexplicável” do número de eleitores inscritos na Freguesia de Guiães, em Vila Real, que passou de 576 inscritos nas legislativas para 660 nas autárquicas.
A Procuradoria-Geral da República (PGR) reconheceu hoje que foram identificadas sete escutas em que o ex-primeiro-ministro era interveniente e que não foram comunicadas ao Supremo Tribunal de Justiça "por razões técnicas diversas".
Com uma carreira dedicada à medicina e ao Serviço Nacional de Saúde, o Prof. Horácio Costa traz agora a sua experiência para a política. Médico desde 1978, especialista em Cirurgia Plástica Reconstrutiva e Estética, fundador do único serviço europeu com três acreditações EBOPRAS e professor catedrático, Costa assume o papel de ministro-sombra da Saúde pelo CHEGA com a mesma dedicação que sempre marcou a sua carreira. Nesta entrevista ao Folha Nacional, o Prof. Horácio Costa fala sobre os principais desafios do SNS, a falta de profissionais de saúde, a reorganização das urgências e a valorização dos trabalhadores.
A conferência de líderes marcou hoje para 19 de dezembro as eleições dos cinco membros do Conselho de Estado, três juízes do Tribunal Constitucional e do Provedor de Justiça, sendo as candidaturas apresentadas até 12 de dezembro.
O grupo parlamentar do CHEGA/Açores enviou hoje um requerimento à Assembleia Legislativa Regional a pedir esclarecimentos ao Governo dos Açores na sequência da anunciada saída da Ryanair da região.
A Comissão de Assuntos Constitucionais chumbou a iniciativa do CHEGA para impedir financiamento público a mesquitas, classificando-a de inconstitucional. Ventura reagiu e avisa que Portugal “está a fechar os olhos ao radicalismo islâmico até ser tarde demais”.
O ex-presidente da Câmara de Vila Real Rui Santos está acusado pelo Ministério Público (MP) de prevaricação, num processo que envolve mais cinco arguidos e outros crimes como participação económica em negócio e falsas declarações.
André Ventura disparou contra PS e Governo, acusando-os de manter um Orçamento “incompetente” que continua a “sacar impostos” aos portugueses. O líder do CHEGA promete acabar com portagens, subir pensões e travar financiamentos que considera “absurdos”.
O Parlamento começa esta quinta-feira a debater e votar o Orçamento do Estado para 2026 (OE2026) na especialidade, numa maratona que se prolonga por cinco dias e culmina com a votação final global a 27 de novembro.