PSD e CHEGA acusaram hoje o PS de querer obstaculizar a comissão de inquérito à TAP face às notícias da demissão de Seguro Sanches, com André Ventura a pedir uma investigação sobre as razões da eventual saída do presidente.
Em declarações aos jornalistas no parlamento, no final da conferência de líderes, o presidente da bancada do PSD, Joaquim Miranda Sarmento, considerou que “nas últimas semanas, houve uma tentativa do PS de desvalorizar, desprestigiar” a comissão de inquérito à TAP e “obstaculizar o seu trabalho”.
“Fizeram-no quando, há duas semanas, o líder do grupo parlamentar do PS acusou os deputados, sem qualquer evidência, de que teriam tornado pública informação classificada e agora, na notícia ainda por confirmar, da demissão do presidente da comissão, o deputado do PS Seguro Sanches”, afirmou.
Sobre o mesmo tema, poucos minutos depois, o presidente do CHEGA, André Ventura, referiu igualmente as notícias sobre a saída de Seguro Sanches, “após pressões de vários partidos, incluindo o seu próprio”.
“Isto mostra bem como é evidente que o Governo e o PS estão a tentar condicionar este dossiê, procurando encurtá-lo”, acusou.
Ventura anunciou que, ainda hoje à tarde, pedirá ao presidente da Assembleia da República que desencadeie um inquérito “às pressões a que foi o sujeito” o presidente da comissão de inquérito à TAP.
“A saída de Seguro Sanches mostra como o PS está a tentar capturar e sequestrar essa comissão de inquérito”, considerou o líder do CHEGA.
O presidente da Assembleia da República afirmou hoje que não recebeu, até meio da manhã, qualquer pedido de demissão por parte de Jorge Seguro Sanches relativamente à presidência da comissão de inquérito à TAP.
No final da conferência de líderes, no parlamento, Augusto Santos Silva foi questionado pelos jornalistas sobre notícias que davam conta de que o deputado socialista já teria a sua decisão de saída tomada e, segundo a SIC, faltaria apenas acertar o momento com o presidente da Assembleia da Republica, com quem já se terá reunido.
“Não recebi ainda nenhum pedido de demissão que me deve ser apresentado, se e quando vier e receber pedirei ao partido que tem o direito, que está na sua vez, de designar o presidente da comissão que faça essa proposta”, afirmou, referindo-se ao Partido Socialista.
“Estou desde as 10:30 fora do meu gabinete, às 10:29 não tinha chegado nenhuma correspondência nesse sentido”, acrescentou Santos Silva.
Na terça-feira, o presidente da comissão de inquérito à TAP considerou urgente refletir se continuava a ter “as melhores condições” para cumprir o seu mandato, tendo pedido ao vice-presidente que o substituísse na condução da audição dessa tarde.