VOX entra em terceiro governo em Espanha, na Extremadura

© Facebook/SantiagoAbascalConde

O partido VOX vai fazer parte do governo da região espanhola da Extremadura, em coligação com o Partido Popular (PP), na sequência das eleições autonómicas de 28 de maio, anunciaram hoje as duas forças políticas.

Os dois partidos alcançaram em 13 de junho um acordo semelhante para o governo regional da Comunidade Valenciana e já estão juntos desde 2022 no executivo de Castela e Leão.

PP e VOX alcançaram um acordo na Extremadura que garante aos populares a presidência do governo regional, apesar de o partido socialista (PSOE) ter sido o mais votado nas eleições.

Já o VOX, ficará com a pasta da Gestão Florestal e Mundo Rural, segundo um comunicado dos dois partidos, que diz que o “acordo programático” na Extremadura inclui 60 medidas “centradas nas prioridades das famílias estremenhas e em combater o desemprego, a pobreza, a falta de oportunidades e o despovoamento”.

No caso da Comunidade Valenciana e de Castela e Leão, o VOX ficou com a vice-presidência dos governos regionais, além de outras pastas nos executivos e a presidência dos parlamentos autonómicos.

O acordo anunciado hoje materializa um recuo da líder do PP na Extremadura, María Guardiola, que será a presidente do governo regional.

Na semana passada, María Guardiola afirmou que não iria deixar entrar no executivo da região o partido VOX, “que nega a violência machista”, que “desumaniza os imigrantes” e que “deita para o lixo a bandeira LGBTI [símbolo da luta contra a descriminação com base na orientação sexual]”.

“Acredito numa Extremadura inclusiva, moderna, respeitosa, permeável, solidária e responsável e acredito numa Extremadura onde o amor não admite matizes”, afirmou, há 10 dias.

Guardiola foi inicialmente apoiada pelo líder nacional do PP, Alberto Núñez Feijóo, que depois, porém, a instou a conseguir um acordo “rápido” para um mudança na Extremadura, uma região na fronteira com Portugal (com a Beira Interior e o Alentejo), que era liderada pelos socialistas.

Na sequência das eleições de 28 de maio passado, PP e VOX já alcançaram também um acordo para o Partido Popular governar na região das Baleares, com a abstenção dos deputados do partido VOX, que neste caso não vai entrar no executivo autonómico.

Prosseguem negociações entre os dois partidos para viabilizar governos do PP em Aragão e em Múrcia.

Em alguns casos, o VOX, com acordos com o PP, já assegurou as presidências de parlamentos regionais, como aconteceu em Aragão e nas Baleares.

Por causa da vitória da direita e do avanço da direita radical nas eleições municipais e regionais de 28 de maio, o primeiro-ministro espanhol, o socialista Pedro Sánchez, convocou legislativas nacionais antecipadas para 23 de julho.

A pré-campanha eleitoral tem estado dominada pelos acordos do PP com o VOX e, na última semana, pelas declarações e perfis de pessoas que o partido escolheu para presidir aos diversos parlamentos regionais ou para o governo da Comunidade Valenciana, que são negacionistas das vacinas e das alterações climáticas, ativistas contra o aborto ou que dizem que a violência de género não existe.

As sondagens das eleições nacionais de 23 de julho dão a vitória ao PP sem maioria absoluta, que poderia conseguir com um acordo com o VOX.

Últimas de Política Internacional

A Rússia considerou hoje prematuro falar sobre um local para um encontro entre o líder russo, Vladimir Putin, e o próximo Presidente norte-americano, Donald Trump, sobre a resolução do conflito na Ucrânia.
O partido de direita Alternativa para a Alemanha (AfD) aprovou hoje um programa eleitoral que inclui promessas de encerrar fronteira, "remigração" de imigrantes, a saída do euro e a reintrodução do serviço militar obrigatório.
O primeiro-ministro de Israel manteve hoje uma conversa telefónica com o Presidente dos Estados Unidos sobre as negociações para um cessar-fogo em Gaza e a libertação dos restantes reféns israelitas detidos no enclave palestiniano.
O presidente eleito dos Estados Unidos (EUA), Donald Trump, voltou a atacar os líderes do estado da Califórnia, afirmando que há incompetência no combate aos fogos que assolam a zona de Los Angeles.
Os líderes do G7 denunciaram "a falta de legitimidade democrática da alegada investidura de Nicolás Maduro como presidente da Venezuela", numa declaração emitida pelo Departamento de Estado norte-americano.
Espanha não reconhecerá "legitimidade democrática" à tomada de posse do Presidente venezuelano, Nicolás Maduro, prevista para hoje em Caracas, disse fonte oficial do Ministério dos Negócios Estrangeiros (MNE) espanhol.
Um investigador ouvido pela Lusa considerou hoje que uma mudança efetiva no regime político venezuelano só poderá acontecer com um forte apoio externo, quando o país enfrenta uma grave crise económica, social e humanitária.
O secretário de Estado norte-americano, Antony Blinken, rejeitou hoje a ideia de anexar a Gronelândia proposta pelo Presidente eleito dos Estados Unidos da América (EUA), Donald Trump, assegurando que tal não acontecerá.
O Partido Popular austríaco (OVP, centro-direita) aceitou hoje o convite do líder do partido de direita radical FPO, Herbert Kickl, vencedor das eleições de 29 de setembro, para negociar a formação de uma coligação na Áustria.
O chefe da diplomacia francesa, Jean-Noël Barrot, disse hoje que a União Europeia não vai permitir que países "ataquem fronteiras soberanas" do bloco europeu, referindo-se à sugestão de Donald Trump sobre a anexação da Gronelândia.