Afinal, a amnistia vai mesmo aplicar-se a traficantes de droga

© D.R.

Depois de grande discussão pública, no Parlamento e na sociedade civil, com informações contraditórias, pode hoje afirmar-se que, na versão do diploma que o Governo levou ao Parlamento, a amnistia decorrente da visita do Papa Francisco vai mesmo aplicar-se a traficantes de droga.

É verdade que, na proposta de lei, o governo exclui o tráfico de estupefacientes previsto nos artigos 21, 22 e 28 do DL 15/93 de 22 de Janeiro, mas não exclui muitos outroa tipos de ilícito previstos na lei- e igualmente referentes a tráfico de droga.
A título de exemplo, os casos de tráfico de menor gravidade (que podem chegar a 5 anos de prisão), os casos de traficante consumidor, o incitamento ao uso de estupefacientes ou ainda o tráfico e consumo em locais públicos, ficaram de fora das excepções previstas na proposta de lei do Governo. Se atentarmos nos artigos 25, 26, 29 e 30 do DL 15/93, de 22 de Janeiro, ficamos com a exata percepção da situação.

Conclui-se, assim, que é verdade que, embora não se aplicando a todos os casos, a amnistia criminal proposta pelo Governo, no âmbito da visita papal de Agosto de 2023, vai abranger casos de tráfico de estupefacientes.

Últimas de Política Nacional

O Ministério Público (MP) pediu hoje penas entre os cinco e nove anos de prisão para os ex-presidentes da Câmara de Espinho, Miguel Reis (PS) e Pinto Moreira (PSD), por suspeitas de corrupção no processo Vórtex.
O presidente do CHEGA, André Ventura, anunciou hoje que o seu partido votará contra o novo pacote laboral no parlamento se o Governo não ceder em matérias como o despedimentos e alterações na área da parentalidade.
A mensagem gerou indignação, o caso abalou o ministério e levou a uma demissão, mas o inquérito interno concluiu que não houve infração disciplinar. Nataniel Araújo sai ilibado e continua como chefe de gabinete da Agricultura.
Os vereadores e deputados municipais do CHEGA têm rejeitado a criação da Comunidade Intermunicipal da Península de Setúbal.
Bruxelas paga, Lisboa faz campanha: Ângelo Pereira (PSD) e Ricardo Pais Oliveira (IL) estiveram no terreno eleitoral enquanto recebiam vencimentos do Parlamento Europeu, prática proibida pelas regras comunitárias.
A comissão parlamentar de inquérito (CPI) ao INEM decidiu hoje suspender os trabalhos durante o período de Natal e Ano Novo e na segunda semana de janeiro, devido às eleições presidenciais.
Num mês em que as presidenciais já se travavam mais nos ecrãs do que nas ruas, André Ventura esmagou a concorrência: foi o candidato que mais apareceu, mais falou e mais minutos ocupou nos principais noticiários nacionais.
O Ministério da Saúde voltou a entregar um contrato milionário sem concurso: 492 mil euros atribuídos diretamente ao ex-ministro social-democrata Rui Medeiros, aumentando a lista de adjudicações diretas que colocam a Saúde no centro da polémica.
A nova sondagem Aximage para o Diário de Notícias atira André Ventura para a liderança com 19,1% das intenções de voto. Luís Marques Mendes surge logo atrás com 18,2%, mas o maior tremor de terra vem do lado do almirante Gouveia e Melo, que cai a pique.
André Ventura surge destacado num inquérito online realizado pela Intrapolls, uma página dedicada à recolha e análise de inquéritos políticos, no contexto das eleições presidenciais marcadas para 18 de janeiro.