Pelo menos 133 autocarros vão levar peregrinos à Jornada Mundial da Juventude de Lisboa a partir de Madrid, cidade que tem seis pavilhões desportivos preparados para acolher milhares de pessoas de diversos países em trânsito para a capital portuguesa.
Esta logística é a que está montada pela Arquidiocese de Madrid, que numa resposta escrita a perguntas da agência Lusa sublinhou que haverá também autocarros e espaços contratados e preparados por congregações e movimentos laicos da cidade.
Espanha é o país com mais peregrinos já com inscrição paga na Jornada Mundial da Juventude (JMJ) de Lisboa, que se realiza entre 01 e 06 de agosto: cerca de 58.500. Até ao momento, 313 mil peregrinos, de 151 países, finalizaram o processo de inscrição, sendo que o iniciaram 663 mil.
Segundo os dados fornecidos à Lusa, através da Arquidiocese de Madrid há até agora 6.647 inscritos na JMJ de Lisboa, além de entre 4.000 e 5.000 que irão com congregações ou movimentos laicos até ao evento, considerado o maior da Igreja Católica.
A participação na JMJ é livre e não está limitada aos inscritos oficialmente, sendo a expectativa dos organizadores que haja cerca 1,2 milhões de pessoas na Jornada de Lisboa.
A saída dos peregrinos inscritos na Arquidiocese de Madrid está prevista em duas etapas: os primeiros 2.500 saem no dia 26 de julho, em 50 autocarros, rumo inicialmente a atividades em Braga, antes de partirem daí para Lisboa.
Os restantes sairão entre 31 de julho e 01 de agosto, em 83 autocarros.
Por outro lado, a capital espanhola “receberá peregrinos de vários países do mundo, tanto nos dias prévios à JMJ como nos posteriores”, segundo a informação da Arquidiocese de Madrid enviada à Lusa.
Esses peregrinos de outros países vão ser alojados em instalações na sede da Arquidiocese de Madrid e em dois “centros juvenis” também da diocese, assim como em várias paróquias da cidade e em seis pavilhões desportivos cedidos pela câmara municipal.
A expectativa é que Madrid seja a cidade de passagem de peregrinos de outros países europeus e, sobretudo, da América Latina, atendendo às ligações aéreas.
O presidente da Câmara de Lisboa, Carlos Moedas, esteve em maio em Madrid para um encontro com o cardeal de cidade.
“Temos de ter uma articulação grande com a diocese de Madrid. Muito se vai também passar aqui, muitas pessoas chegam aqui e vão para Lisboa. Temos de ter tudo bem organizado”, disse então o presidente da Câmara Municipal de Lisboa (CML), em declarações aos jornalistas.
As JMJ nasceram por iniciativa do Papa João Paulo II, após o sucesso do encontro promovido em 1985, em Roma, no Ano Internacional da Juventude.
O primeiro encontro aconteceu em 1986, em Roma, tendo já passado, nos moldes atuais, por Buenos Aires (1987), Santiago de Compostela (1989), Czestochowa (1991), Denver (1993), Manila (1995), Paris (1997), Roma (2000), Toronto (2002), Colónia (2005), Sidney (2008), Madrid (2011), Rio de Janeiro (2013), Cracóvia (2016) e Panamá (2019).
A edição deste ano, que será encerrada pelo Papa, esteve inicialmente prevista para 2022, mas foi adiada devido à pandemia de covid-19.
O Papa Francisco foi a primeira pessoa a inscrever-se na JMJ Lisboa 2023, no dia 23 de outubro de 2022, no Vaticano, após a celebração do Angelus.