Três ideias para o combate

É difícil não enfatizar, nos termos mais fortes, a importância para o CHEGA-Madeira das próximas eleições legislativas regionais, já agendadas para o dia 24 de setembro. Apesar da política ser uma área extremamente complexa, na qual o sucesso é determinado por uma amálgama de fatores nem sempre controláveis, é fundamental que todos aqueles que desejam que o partido alcance os seus objetivos tenham em mente três noções de grande importância.

Primeiro, o impacto interno do resultado das eleições não se limitará ao momento do acto eleitoral, mas irá influenciar os próximos anos de vida partidária, podendo, até, ditar a sobrevivência do CHEGA-Madeira. Que não tenhamos dúvidas disso. Caso a equipa de Miguel Castro tenha sucesso, o partido iniciará uma página forte da sua jovem história, e, catapultado por uma representação parlamentar, terá reforçadas condições políticas, financeiras e de cobertura mediática para crescer e para se ir afirmando como um membro forte da conjuntura partidária da Madeira. A juntar a isto, o partido verá reforçada a sua voz dentro da estrutura nacional, ganhando uma renovada legitimidade para definir junto da liderança nacional posições mais vantajosas de competitividade nas eleições europeias e nacionais próximas. Por outras palavras, seremos um partido melhor preparado para crescer na Região e com mais ferramentas para se afirmar junto da estrutura nacional.

Porém, caso isto não aconteça e o partido não consiga seus objectivos, tudo será diferente. Para começar, a direção terá de pensar a sua continuidade, seremos lançados em novas eleições internas e, perante a população, perderemos toda a credibilidade. Mais, os nossos adversários atacar-nos-ão sem piedade, ridicularizando a nossa própria incapacidade e retratando-nos como uma casa sem liderança. Será um desgaste enorme ou até mesmo um fim anunciado, que a todos prejudicará. 

Segundo, o sucesso do partido nas legislativas não será um resultado da cobertura mediática que nos for concedida, do tamanho do orçamento que tivermos ou da quantidade de canetas, panfletos ou bonés para dar às pessoas. Desengane-se quem assim pensa, pois os tempos em que o eleitorado se rendia à pujança das máquinas partidárias já passou, e, em seu lugar, outro aspeto está a emergir: a mensagem que transmitimos. Acima de tudo, as pessoas querem saber quais são as causas que nos motivam e os assuntos pelos quais iremos lutar. E, quanto a isso, a presente liderança já identificou duas áreas fundamentais (a reforma do sistema político e a humanização da governação), das quais certamente ira emergir um programa eleitoral que vise eliminar a corrupção, colocar as pessoas no centro do processo de decisão e valorizar ao máximo o que a nossa terra tem de melhor, quer seja em termos de património, recursos económicos ou valores sociais. Porque estas linhas estão claras, é em torno das mesmas que o nosso partido tem de orientar a sua ação, pois só assim apresentaremos caminhos, em vez de produzirmos ruído. 

Terceiro, e por fim, nada faremos sem união. E isto nada tem nada a ver com seguidismo. União tem a ver com saber estar no partido e perceber que os propósitos que nos unem são superiores a quaisquer divergências circunstâncias. Assim, todos temos o dever de defender os colegas do partido (pois estão connosco nas mesmas trincheiras da luta política), apoiar a direção e os candidatos (pois dão a cara por todos nós), aparecer aos eventos (pois a política também se faz com presença) e, quando tivermos dúvidas, apontá-las no sítio certo e às pessoas certas. A vida do partido não é tema de café, nem assunto de redes socias ou plataformas de conversação. A seriedade da nossa missão e o sucesso último do nosso empreendimento passarão, sempre, pela nossa capacidade de sabermos estar e de sabermos ser CHEGA-Madeira.    

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