Cessar-fogo agora só tornará a guerra “mais longa”, diz embaixadora

A embaixadora ucraniana em Portugal, Maryna Mykhailenko, defendeu hoje que a guerra na Ucrânia se tornaria mais longa se Kiev parasse agora com a sua contraofensiva e aceitasse um "cessar-fogo desfavorável".

© D.R

“Aqueles que propõem que a Ucrânia pare agora e concorde com um cessar-fogo desfavorável não desejam o bem à Ucrânia e à Europa. O que desejam é algo que permita ao exército russo curar as suas feridas para depois atacar a Ucrânia com uma força renovada”, afirmou a embaixadora, que discursava na cerimónia aos estudantes Erasmus na Universidade de Coimbra, que decorreu na antiga igreja do Convento São Francisco.

Para Maryna Mykhailenko, essa estratégia “não irá acabar com a guerra”, tornando-a apenas “mais longa”.

A Ucrânia está “na ofensiva” e, apesar de as conquistas requererem “mais tempo” face a um terreno “muito minado e fortificado”, há resultados, notou, mostrando-se confiante de que “os céticos ficarão surpreendidos”

Durante o seu discurso, a embaixadora afirmou que, na Ucrânia, todos têm estado “impressionados pela reação de Portugal à agressão russa”, com o país a “não mostrar apenas apoio, mas verdadeira solidariedade”.

Segundo Maryna Mykhailenko, a tese de que os países da Europa ocidental não estariam tão preocupados com o conflito por estarem mais longe da ameaça “não é aplicada em Portugal”.

As relações diplomáticas entre os dois países “têm aumentado” e atingiram “um novo nível”, estando a Ucrânia interessada em manter “esse ímpeto positivo”.

Na sua intervenção, a embaixadora vincou também a importância da integração da Ucrânia na União Europeia e na NATO (Organização do Tratado do Atlântico Norte).

“Sabemos que o processo [de adesão à União Europeia] pode ser difícil e que, por exemplo, Portugal gastou oito anos a negociar e teve um longo período de transição, mas temos de começar estas negociações para haver um sinal de apoio à nossa nação, neste momento”, vincou a embaixadora, em resposta aos jornalistas após a sua intervenção.

Segundo Maryna Mykhailenko, há 60 estudantes ucranianos a estudar na Universidade de Coimbra (UC).

Na cerimónia, o reitor da UC, Amílcar Falcão, frisou que a instituição que lidera “nunca irá hesitar no compromisso internacional” de apoio à Ucrânia.

“Toda a Europa está convosco”, acrescentou.

Últimas do Mundo

As Forças Armadas italianas vão reforçar a segurança com um sistema anti-drone, caças e um contratorpedeiro na costa de Fiumicino, perto do principal aeroporto de Roma, para o funeral do papa Francisco no sábado, disseram fontes oficiais.
A Comissão Europeia decidiu hoje aplicar uma multa de 500 milhões de euros à ‘gigante’ tecnológica Apple e de 200 milhões de euros à Meta por violação da Lei dos Mercados Digitais (DMA, na sigla inglesa).
O número de pessoas que morreram desde o início da época das chuvas em Moçambique subiu para 313, um período marcado por três ciclones que afetaram quase 1,9 milhões de pessoas, segundo nova atualização do Governo.
As cerimónia fúnebres do Papa Francisco vão realizar-se no sábado de manhã às 10:00 locais (09:00 em Lisboa) na Praça de São Pedro, anunciou hoje o Vaticano.
O funeral do Papa Francisco será realizado dentro de nove dias e o conclave para eleger o seu sucessor dentro de um mês, anunciou hoje o Vaticano após a morte do pontífice.
A Rússia retomou hoje os ataques aéreos de longo alcance contra a Ucrânia, após uma breve pausa no domingo devido à trégua declarada pelo Kremlin para a Páscoa, de acordo com fonte militar da Ucrânia.
O Presidente salvadorenho propôs uma troca de prisioneiros com a Venezuela, sugerindo entregar venezuelanos deportados dos EUA, detidos em El Salvador, recebendo “presos políticos” na Venezuela, incluindo de nacionalidade portuguesa.
O papa Francisco morreu hoje, anunciou hoje o Vaticano, através do cardeal Kevin Ferrell.
O Presidente dos Estados Unidos disse hoje esperar um acordo “durante a semana” entre a Rússia e a Ucrânia, numa breve mensagem difundida na sua rede social, Truth.
O Exército israelita reconheceu “mal-entendidos operacionais” e “erros” nas mortes de 15 socorristas, na sequência de um ataque a ambulâncias no sul da Faixa de Gaza, devido a “má visibilidade” e anunciou a demissão de um oficial.