Vice-presidente da Comissão visita China para investigação às subvenções

O vice-presidente executivo da Comissão Europeia com a pasta do Comércio, Valdis Dombrovskis, viajará para a China na próxima semana no âmbito de uma investigação europeia às subvenções chinesas no setor dos automóveis elétricos, foi hoje anunciado.

© commission.europa.eu

“Estamos abertos à concorrência, mas não a práticas desleais. É por isso que estamos a lançar uma investigação sobre os automóveis elétricos provenientes da China”, disse Valdis Dombrovskis, numa publicação na rede social X (anteriormente designada Twitter).

Minutos depois de a presidente do executivo comunitário, Ursula von der Leyen, anunciar no seu discurso sobre o Estado da União Europeia a abertura de uma investigação contra subvenções no setor dos automóveis elétricos provenientes da China, o vice-presidente executivo com a pasta do Comércio anunciou que se irá deslocar ao país “na próxima semana para debater as oportunidades e os desafios comerciais e económicos”.

“Queremos manter o diálogo aberto para reduzir os riscos, não para os dissociar”, adiantou Valdis Dombrovskis.

Hoje, no seu discurso sobre o Estado da União em 2023, na sessão plenária do Parlamento Europeu, na cidade francesa de Estrasburgo, Ursula von der Leyen vincou que “a concorrência só é verdadeira se for justa”, observando que “os mercados mundiais estão agora inundados de carros elétricos chineses mais baratos”.

“Isto está a distorcer o nosso mercado e como não aceitamos isto a partir de dentro, também não o aceitamos a partir de fora, por isso, posso anunciar hoje que a Comissão vai lançar uma investigação contra as subvenções aos veículos elétricos provenientes da China”, revelou a responsável.

E garantiu: “A Europa está aberta à concorrência, [mas] não para uma corrida ao fundo do poço. Temos de nos defender contra práticas desleais”.

No que toca a esta área dos carros elétricos, Ursula von der Leyen classificou-a como “uma indústria crucial para a economia limpa, com um enorme potencial para a Europa”.

No caso dos apoios chineses, o preço de tais veículos “é mantido artificialmente baixo graças a enormes subsídios estatais”, criticou a líder do executivo comunitário.

Este discurso sobre o Estado da União, um exercício anual a marcar o início do ano legislativo, ocorre quatro anos após a eleição de Von der Leyen – que iniciou o seu primeiro mandato à frente do executivo comunitário em dezembro de 2019 – e a menos de um ano das eleições europeias de 2024, marcadas para junho.

A China, que tem emergido como potência económica, tem avançado com uma robusta estratégia de investimento estatal, à qual a UE tem vindo a responder com avisos de que a sua cooperação entre Bruxelas e Pequim deveria reger-se pelo princípio da equidade.

Em causa estão subvenções a empresas chinesas a investir no estrangeiro, principalmente em setores estratégicos (como energia, telecomunicações e transportes), através de companhias detidas pelo Estado que beneficiam de financiamento público chinês, o que no caso da UE coloca as entidades europeias em desvantagem.

Últimas de Política Internacional

O ministro da Defesa israelita, Israel Katz, advertiu hoje que Israel irá reagir com força a qualquer violação de um cessar-fogo no Líbano que venha a ser acordado.
Um grupo de deputados russos apresentou hoje perante a Duma (a câmara baixa da Assembleia Federal) um projeto de lei que abre caminho ao reconhecimento do movimento talibã pela presidência da Rússia (Kremlin).
O chefe da diplomacia da União Europeia, Josep Borrell, disse hoje que Israel não tem "nenhuma desculpa" para recusar o cessar-fogo no Líbano negociado pelos Estados Unidos e pela França.
Olaf Scholz foi escolhido por unanimidade como o candidato primeiro-ministro do Partido Social-Democrata da Alemanha (SPD) nas eleições legislativas antecipadas de 23 de fevereiro, anunciou hoje o partido.
A lusodescendente e senadora republicana de Rhode Island, Jessica de la Cruz, espera que o seu partido "não desperdice a oportunidade” gerada pela vitória de Donald Trump, admitindo à Lusa ansiar pela redução governamental prometida pelo Presidente eleito.
A Alemanha e a França sinalizaram hoje que tomaram nota dos mandados de detenção do Tribunal Penal Internacional (TPI) contra o primeiro-ministro israelita e o seu ex-ministro da Defesa, mas sem indicarem se os aplicarão.
O Tribunal Penal Internacional (TPI) emitiu hoje mandados de captura para o primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, o ex-ministro da Defesa de Israel, Yoav Gallant, e o chefe do braço militar do Hamas, Mohammed Deif.
A Comissão Europeia adotou hoje um conjunto de diretrizes para melhorar os direitos das pessoas com deficiências e para ajudar na promoção de um estilo de vida independente, com integração nas comunidades.
O ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros anunciou hoje que a embaixada de Portugal em Kiev encerrou “temporariamente e por alguns dias”, mas salientou que tal já aconteceu por várias vezes durante a guerra da Ucrânia.
A embaixada dos Estados Unidos em Kiev vai encerrar depois de ter sido alertada para um "possível ataque aéreo significativo" contra a Ucrânia, após Moscovo ter ameaçado responder ao uso de mísseis norte-americanos de longo alcance contra território russo.