A animália partidária da Madeira

Após o Tribunal Constitucional (TC) ter declarado inválida a última convenção do Chega, o partido passou por uns dias de ansiosa espera por posterior resposta quanto à sua legitimidade para concorrer às eleições regionais da Madeira.

 

Chegado o grande dia, soube-se a decisão do TC ao pedido de impugnação por parte do Partido Alternativa Democrática Nacional, acedendo ao Chega a possibilidade de concorrência às eleições na Região Autónoma da Madeira, com a lista que havia sido proposta anteriormente. O TC afirmou que verificou “preenchidos todos os requisitos exigidos” à candidatura do Chega.

São abundantes as tentativas de distanciar o Chega de quaisquer eleições, ou forma de governo. São muitos os que se contorcem de medo que o partido chegue à liderança e consiga fazer aquilo que eles não fazem: ser leais e honestos para com o povo português.

A crescente abstenção, com um aumento de 2,2% de 2019 para 2023, expressa o descontentamento dos madeirenses. Não só isto, mas também a grande derrota que vimos a coligação PSD-CDS a sofrer, não podendo celebrar a maioria absoluta para o governo da região. O Chega foi, porém, um dos grandes vencedores da noite. Em 2019, não contava com nenhum deputado eleito para o parlamento madeirense, facto que mudou em 2023, elegendo quatro deputados à Assembleia Regional da Madeira.

Um partido baseado em honestidade e compromisso para com o seu povo, fundado em 2019, encontra-se agora como quarta força política na Região Autónoma da Madeira e como terceira força política no continente.

Com a inexistência de maioria absoluta instaurou-se a confusão para os sociais- democratas que manifestaram a sua vontade de coligar com um outro partido de modo a ter o controlo, de que tanto gostam, do governo madeirense.

Afirmam-se certezas e possibilidades de uma parceria entre a coligação PSD-CDS com o Partido Animais Natureza (PAN). Como é isto possível de acontecer? Como é que é possível dois partidos que se afirmam de direita, de matrizes conservadoras, protetores e defensores dos direitos humanos, bem como do direito à vida, ponderarem em coligar com um partido que afirma que os interesses humanos e animais têm de ser tidos em consideração de igual modo.

A Confederação dos Agricultores de Portugal (CAP) expressou o seu descontentamento num comunicado, onde afirmam que o PAN é “inimigo da agricultura e do mundo rural, um partido que coloca ao mesmo nível pessoas e animais”. Como é que o PSD pretende ter acordo com um partido com ideologias tão opostas às suas? A CAP afirma também “em política não pode valer tudo”, acertadamente. Em política não pode valer tudo, não pode valer ir contra as nossas crenças e bandeiras do nosso partido, por vontades, motivadas pela ganância de poder.

Os sociais-democratas, Luís Montenegro e Miguel Albuquerque, que negaram possibilidade de coligação com o partido Chega, disseram-no diversas vezes durante os seus discursos de “vitória”. Esquecem-se que negaram uma proposta que nunca foi colocada, mas sim constantemente erradicada pelo Chega. Pois um partido como o Chega jamais teria qualquer tipo de coligação, ou relação com um partido que tenha como objetivo mentir, omitir, enganar e atraiçoar os portugueses, governando-os de modo decadente e desonesto, indo contra as suas próprias bandeiras.

É notória a lealdade e incondicional apoio de André Ventura às estruturas locais do Chega Madeira, bem como ao povo madeirense por se ter disponibilizado e feito questão de marcar presença, acompanhado por alguns membros da direção nacional do, com a intenção de mostrar o seu apoio e força ao cabeça de lista, Miguel Castro, bem como aos agora, deputados eleitos. Mostrando que as eleições na Região Autónoma da Madeira são como um espelho para as eleições legislativas que se avizinham, em 2026. Onde o Chega conta fazer tremer o sistema, como nestas eleições, mas também que o povo português acorde para o abismo dualista socialista/ social-democrata onde se encontra.

Ver o comunicado da CAP

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